Pelo menos 86 famílias de imigrantes e refugiados residente em Araraquara, de cinco nacionalidades diferentes, foram cadastradas durante a Ação Cidadania Imigrante, realizada no último sábado (1), pela Prefeitura de Araraquara, por meio da Coordenadoria de Direitos Humanos, que integra a Secretaria de Direitos Humanos e Participação Popular.
A ação, inédita no município, ocorreu na Congregação da Igreja Batista Eldorado, no Jardim Ieda, e teve como foco acolher e orientar a população imigrante e refugiada, pois muitas pessoas que chegam ao município encontram dificuldades em acessar os serviços públicos por falta de informação.
A ação contou com atendimento social para as famílias, com diversas secretarias municipais presentes, que ofereceram uma série de serviços da Prefeitura, entre eles inscrição no CadÚnico e cadastro habitacional, vacinação, testes rápido, orientação sobre saúde bucal, sobre economia criativa e solidária e serviços do banco do povo, como emissão do CPF e do Registro Nacional Migratório (CRM).
Para as crianças, foram oferecidas diversas opções de diversão e lazer, com atividades culturais e esportivas, além de pipoca, pula-pula e algodão doce.
O prefeito de Araraquara, Edinho Silva, esteve na ação e conversou com várias famílias, orientando também no encaminhamento de demandas. “Identificamos aqui, neste sábado, famílias bolivianas, peruanas, venezuelanas, sírias e afegãs que, por vários motivos, saíram de seus países de origem. Temos feito o possível para que nossas políticas públicas possam acolher essas famílias, como fazemos com as nossas, também em vulnerabilidade. O que queremos é que não haja diferenciação e que elas possam se tornar brasileiros e brasileiras de fato”, declarou o prefeito. “Fico emocionado com essa situação de dor e sofrimento, porque ninguém deixou sua terra ou seus familiares por opção. Essas famílias imigram num processo doloroso, violento, porque não têm como morar na sua pátria. São famílias divididas. Penso que uma cidade que se dispõe a ser justa e humana, tem que acolher essas pessoas que estão sofrendo. Eu fico muito tocado por tudo isso e estou aqui me comprometendo a ajuda-las, para que elas se sintam acolhidas e em casa”, acrescentou.
Serviços
Segundo a coordenadora executiva de Direitos Humanos, Renata Fattah, a partir desses cadastros feitos na ação e conforme as necessidades de cada um, as famílias poderão ser incluídas em programas sociais, como o aluguel social e o Bolsa Família.
O trabalho de acolhimento e orientação dos refugiados e imigrantes é parte do trabalho da Secretaria de Direitos Humanos e Participação Popular, com apoio da Secretaria de Assistência Social.
“Foi a primeira edição da Ação Cidadania Imigrante em nosso município e estou extremamente feliz com o movimento que presenciamos no último sábado. Essa iniciativa se tornou indispensável, por conta da chegada dos imigrantes à nossa cidade sem uma rede de apoio. Trabalhamos para que eles possam ser recebidos em nosso território com um acolhimento completo. Por fim, gostaria de expressar minha gratidão a todas as secretarias e coordenadorias que contribuíram para a realização desse evento e que estiveram presentes durante todo o processo de construção”, avaliou a coordenadora Renata Fattah.
Entre as ações já desenvolvidas com esse público, no mês passado, por exemplo, contando com parcerias da Secretaria da Educação, Escola de Governo, Unesp e Polem, foi oferecido um curso que abordou temas como a regularização migratória, direito à assistência social, à segurança alimentar, à saúde, à educação e à justiça, direito ao trabalho decente, à cultura e ao lazer.
Os refugiados também contam com uma cartilha explicativa, com várias orientações sobre encaminhamento de demandas. E a partir do mês de agosto, está programada a realização de curso de português para imigrantes.