O atual diretor-adjunto da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alessandro Moretti, vive um momento delicado no governo federal. Ele foi citado nominalmente em um dos relatórios da PF que apontam a suspeita de conluio entre a atual gestão da Abin e com investigados no esquema de monitoramento ilegal de autoridades durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em um entrevista a uma emissora de rádio de Recife, o presidente Lula (PT) disse que “não há clima” para que Moretti continue no cargo e que as acusações contra ele está baseada em fortes evidências, a exemplo do ex-chefe da Abin, o atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).
Lula afirmou que Moretti foi indicado ao cargo pelo atual chefe da Abin, Luiz Fernando Corrêa, a quem Lula chamou de “uma pessoa de muita confiança”. Ele também afirmou que “não conhecia ninguém dentro da Abin”, órgão apontado como bolsonarista e que tem sido entrave para Lula desde o começo de sua terceira gestão.
“Esse companheiro [Corrêa] montou a equipe dele, dentro da equipe dele tem um cidadão [Moretti] que é o que está sendo acusado, que mantinha relação com o Ramagem, que é o ex-presidente da Abin no governo passado, inclusive relação que permaneceu já durante o trabalho dele na Abin. Olha, se isso for verdade, e isso está sendo provado, não há clima para esse cidadão continuar na polícia”, declarou o presidente Lula
Delegado da PF, Moretti iniciou sua carreira como delegado adjunto e chefe da PF de Araraquara, entre 2000 e 2007. Nesse mesmo período, Edinho Silva exerceu o cargo de prefeito de Araraquara em seus dois primeiros mandatos. Foi nessa época que ambos estreitaram relações, segundo pessoas próximas aos dois. Há quem afirme que essa proximidade entre o delegado e o líder petista ajudou Moretti a ocupar o posto de destaque na estrutura atual da Abin, antes das recentes denúncias da Polícia Federal.
Moretti foi braço direito de Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e secretário da Segurança Pública do Distrito Federal responsabilizado por boicotar o esquema de segurança que culminou com as invasões de 8 de janeiro de 2023. Torres, que chegou a ser preso na ocasião, é considerado um aliado próximo do ex-presidente da República, Jair Bolsonaro.
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