Às 18h30, será realizada a inauguração do painel "Mulheres Negras que fazem a história", no muro da própria biblioteca. Na sequência, às 19h, terá início a cerimônia de entrega do Prêmio "Doutora Rita de Cássia Corrêa Ferreira", que homenageia anualmente dez mulheres negras (pretas, pardas, latino-americanas e caribenhas) que se destacaram profissionalmente ou prestaram relevantes serviços na área social, tendo como objetivo a valorização da mulher afrodescendente no contexto da cidadania.
A agenda do "Julho das Pretas" é inspirada no fato de julho ser o mês em que é comemorado o Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha (dia 25). A entrada nas atividades é gratuita para o público.
Homenagem em grafite
Alessandra de Cássia Laurindo, coordenadora de Políticas Étnico-Raciais, explica que a proposta do painel foi retratar, por meio do grafite, três mulheres pretas que fazem a história. "As personalidades que serão homenageadas através do grafite são referência na luta e resistência negra, com reconhecimento em âmbito nacional, estadual e municipal. Todas foram escolhidas pelo Conselho Municipal de Combate à Discriminação e ao Racismo (COMCEDIR) após um processo de indicação popular", explica.
As homenageadas na obra são Sueli Carneiro, Conceição Evaristo e Márcia Tânia Alves. "A intenção é que elas fossem retratadas num espaço público para que a visibilidade seja perceptível, em especial na região central, e que suas histórias sirvam de referência para inspirar outras pessoas. Por isso foi escolhida a parede da Biblioteca Municipal, vislumbrando ainda que educadores possam despertar o universo infantil com a história dessas mulheres", completa Alessandra, que lembra que essa atividade conta também com a parceria da Coordenadoria de Acervos e Patrimônio Histórico.
Prêmio Rita de Cássia
O "Prêmio Rita de Cássia" marcará a entrega da premiação às dez mulheres homenageadas que foram eleitas mediante a escolha pela maioria dos integrantes do COMCEDIR, a partir de indicações apresentadas por autoridades, entidades, conselhos municipais e organizações da sociedade civil que possuem o compromisso na luta em defesa dos direitos das mulheres negras.
Alessandra Laurindo destaca a relevância da premiação. "O prêmio Doutora Rita é sem dúvida um momento de muita emoção para todas que irão recebê-lo. Temos entre as homenageadas deste ano mulheres dos mais diversos segmentos, como professoras, diretora, profissionais da beleza, ativistas sociais, advogada, comerciária, produtora artística, entre outras que transformam nossa cidade cotidianamente. Elas, porém, nem sempre são reconhecidas e o prêmio vem justamente com esse objetivo de valorizar as mulheres invisibilizadas", salienta.
A Dra. Rita de Cássia Corrêa Ferreira nasceu em Marília, em 24 de maio de 1965, mas foi em Araraquara que passou grande parte da vida, advogando e militando pelos direitos da mulher negra. Formou-se advogada em 1991, com carreira pautada pela defesa das minorias. Rita de Cássia presidiu a Comissão da Igualdade Racial da OAB Araraquara, foi voluntária do SOS Racismo do Centro de Referência Afro, e integrante do COMCEDIR. Faleceu no dia 6 de junho de 2016, deixando um legado de combate ao racismo e à discriminação religiosa.
Próxima atividade
A programação "Julho das Pretas" será encerrada nesta quarta-feira (27), com o "Café Preto com Debate", que apresentará o tema "Por mais mulheres pretas na política: porque representatividade importa". O encontro está marcado para as 19h no Centro de Referência Afro "Mestre Jorge", que fica na Av. Mauá, 377, Centro.