Em pleno solo argentino, a seleção brasileira feminina de basquete deu o troco pela derrota na final em 2018 e voltou a se sagrar campeã do Campeoanto Sul-Americano ao vencer a equipe hermana após um jogo dramático, decidido literalmente no último segundo. A vitória por 69 a 68 sobre a Argentina, na cidade de San Luis,garantiu às brasileiras o 27º título brasileiro na competição em 37 edições (só não subiram ao pódio em duas). Antes de ter o domínio interrompido há quatro anos, a seleção havia enfileirado 13 conquistas consecutivas.
A seleção brasileira contou com duas jogadoras do Sesi Araraquara em seu elenco: a ala/armadora Sossô e a pivô Aline Moura, além do técnico João Camaro, que atuou como auxiliar técnico de José Neto.
O torneio – que garantiu vaga na AmeriCup de 2023, primeira etapa na jornada de classificação aos Jogos Olímpicos de Paris, no ano seguinte – foi vencido com uma dose considerável de drama. A Argentina, jogando em casa, começou imprimindo um ritmo forte, vencendo os dois primeiros quartos e indo para o intervalo com uma vantagem de oito pontos (31 a 23).
O Brasil voltou para o duelo com modificações certeiras do técnico José Neto, que deu mais tempo a Gabriella, Sassá e Leila, que começaram no banco. Na terceira parcial, a seleção brasileira tirou sete pontos e foi para o último quarto perdendo por apenas um.
O título foi decidido ponto a ponto, num jogo emocionante. Restando pouco menos de 24 segundos – uma posse de bola -, a ala-armadora Tainá recebeu a bola ainda na quadra de defesa e recebeu a marcação cerrada da argentina Luciana de la Barba. Ela só conseguiu se desvencilhar da adversária no fim da posse e acertou um difícil arremesso desequilibrada para dar a vantagem de dois pontos para o Brasil: 69 a 67. Como restava apenas um segundo para o fim, houve invasão da quadra de membros da comissão técnica, certos da vitória. Porém, a arbitragem detectou a irregularidade e concedeu um lance livre às argentinas, que converteram. Porém, não houve tempo para uma nova virada, confirmando o título brasileiro.
Tainá, heroína da seleção, foi também a cestinha da decisão, com 17 pontos. No quinteto ideal da competição, o Brasil teve outras duas atletas: a ala Sassá e a pivô Kamilla Cardoso, eleita MVP (jogadora mais valiosa) do Sul-Americano.