Em entrevista coletiva realizada nesta segunda-feira (12) na Sala de Imprensa do Estádio da Fonte Luminosa, a técnica Jéssica de Lima falou pela primeira vez como nova comandante das Guerreiras Grenás e fez uma análise do projeto do clube, que neste momento disputa o Campeonato Paulista de Futebol Feminino e paralelamente já planeja sua participação na Taça Libertadores da América, que será realizada de 13 a 28 de outubro no Equador.
A treinadora de 41 anos estava na Seleção Brasileira Feminina Sub-20 como auxiliar técnica de Jonas Urias. Antes disso, ela foi jogadora e tinha grande identificação com o Rio Preto, onde atuou no meio de campo da equipe que conquistou o título do Brasileirão Feminino de 2015 e os Paulistas de 2016 e 2017.
Para ela, a Ferroviária possui muitas particularidades em comum com aquela equipe do Rio Preto, clube que hoje está com suas atividades encerradas no futebol feminino. "É motivo de muita honra comandar esse clube grandioso. Eu digo que Rio Preto e Ferroviária faziam um dos maiores clássicos do futebol feminino, não só do interior, mas do Brasil. Foram grandes jogos, grandes embates, jogos que me transformaram muito como atleta e até como pessoa. Eu consigo visualizar uma Ferroviária muito próxima de algumas identidades do Rio Preto. Estou me sentindo muito em casa na cidade, no clube, com as pessoas que aqui estão. Aqui é muito próximo do que acredito, muito próximo do que eu vivo, e eu só consigo ter um sentimento de honra em relação à Ferroviária", comentou.
Muito a agregar
Jéssica explicou que a Ferroviária já possui uma estrutura de jogo definida, mas pretende colaborar cada vez mais com a evolução do projeto. "O caminho nós estamos trilhando dia a dia no clube, visualizando e tentando enxergar as questões da ideia de jogo que já existem com as que eu acredito. A Ferroviária é muito maior do que as coisas que eu penso de futebol. Eu tenho muita coisa para agregar, mas eu acho que nós vamos nos encontrar em um melhor caminho e o melhor caminho é colocar a Ferroviária nos trilhos novamente", acrescentou.
A treinadora fará sua estreia nesta quinta-feira (15), quando a Ferroviária enfrentará o São Paulo às 21h30 no Estádio da Fonte Luminosa, em jogo válido pelo Campeonato Paulista. Para ela, é muito importante que o clube se mantenha entre as potências da modalidade no Brasil. "Temos que olhar para cima sempre e a Ferroviária tem que estar sempre nos lugares mais altos de qualquer tipo de campeonato. Toda jogadora que colocar essa camisa tem que entender isso, tem que estar dentro dela e saber que o caminho que estamos trilhando é de entendimento meu, com o grupo, com o clube, para conseguirmos encontrar as melhores estratégias para solucionar qualquer situação que possa surgir e já pensando também no jogo contra o São Paulo", apontou.
Oportunidades para a base
Outra questão abordada pela treinadora na entrevista foi a oportunidade para jovens talentos das categorias de formação, algo que é tradicional no clube. "Sobre oportunizar a base, eu acho que a própria cultura da Ferroviária faz isso por si só, pois temos muitas jogadoras da base já inseridas na categoria adulta. É óbvio que se tivermos mais meninas se destacando, vamos fazer com que elas atribuam à equipe principal. Mas essa cultura já existe aqui e eu vou simplesmente ajustar alguma coisa ou outra", completou.
A Ferroviária vem de três vitórias seguidas no estadual e ocupa a quarta colocação com 9 pontos, dentro da zona de classificação para a segunda fase. O clube busca neste ano seu quinto título estadual, com taças levantadas em 2002, 2004, 2005 e 2013. A equipe também já conquistou uma Copa do Brasil (2014), dois Campeonatos Brasileiros (2014 e 2019) e duas Libertadores (2015 e 2020).
