A DIG (Delegacia de Investigações Gerais) de Araraquara começou nesta segunda-feira (23) a investigar as ameaças sofridas pela vereadora Thainara Faria (PT). Na última sexta-feira (20), a petista, que será empossada como deputada estadual no dia 15 de março, estava em Brasília para participar do 1º Encontro Nacional de LGBT+Eleites quando recebeu um e-mail com ameaça de morte e teor racista e lgbtfóbico. A vereadora conta que precisou ser escoltada por desconhecer a procedência das ameaças.
O conteúdo do e-mail foi divulgado pela vereadora. Nele, o agressor escreveu: “Estou cansado de MACACAS GAYSISTAS como você pregando o racismo contra os homens brancos e de bem. […] Na semana passada subi o morro do São Camilo na minha cidade e comprei uma pistola 9 mm com 6 cartuchos de munição com minhas últimas economias. Comprei também uma passagem só de ida para Brasília e neste exato momento estou em direção ao ENCONTRO DE LGBT+. Vou meter uma bala na sua cabeça THAINA (sic) e depois matar todos os negros, gays e sapatonas que estiverem junto com você”.
“não adianta acionar a polícia ou pedir ajuda para as autoridades. […] Eu não tenho rosto, posso ser qualquer um neste evento, posso agora mesmo estar ao seu lado e quando você menos esperar: BOOM! Seus miolos estarão espalhados pelo chão”
Além de ser escoltada, Thainara manteve sob sigilo o local em que ela permaneceu na capital federal.
Repercussão
Pelas redes sociais, a vereadora recebeu manifestações de apoiadores e lideranças políticas, como Eduardo Suplicy, Guilherme Boulos e Edinho Silva, prefeito de Araraquara.
O presidente da Câmara Municipal de Araraquara, vereador Paulo Landim (PT), divulgou nota em nome da instituição e disse que o Legislativo de Araraquara presta sua solidariedade à vereadora Thainara Faria. “Essa ameaça grave já foi encaminhada aos setores de investigação e segurança, para que medidas urgentes sejam implementadas, visando a preservar a integridade física da vereadora de Araraquara, já diplomada como deputada Estadual em São Paulo”, disse Landim, repudiando qualquer ato ou manifestação de violência e de discriminação, seja ela qual for.
Em contato com a reportagem do Portal Morada, a vereadora Thainara Faria disse que não falaria sobre o caso para “não atrapalhar as investigações, nem incitar mais ódio”.
