Quando Margarida de Lima Mataruco, de 77 anos, desapareceu de sua residência, no Jardim Victório De Santi II, em Araraquara, na tarde da última quarta-feira (20), a família inicialmente recorreu à vizinhança em busca de ajuda e informações que pudessem desvendar pistas sobre o paradeiro da idosa, portadora de Alzheimer.
Buscando informações pelas imediações, os familiares da idosa se depararam com o pedreiro Valdécio Carneiro Rios, de 50 anos. Morador do mesmo bairro, há cerca de 20 anos e frequentador da mesma igreja, Valdécio se sensibilizou com o drama dos amigos e se colocou à disposição para ajudar a encontrá-la.
Munido de uma moto, boa vontade e intuição, Bahia, como o pedreiro é conhecido no bairro, circulou por locais estratégicos a fim de identificar pessoas que pudessem ter avistado Margarida. Com algumas informações, logo constatou que ela havia ultrapassado o limite da Rodovia Washington Luís (SP-310) e alcançado os canaviais e matas do outro lado da pista. Seguiu a intuição e vasculhou os locais em que a idosa poderia estar.
Bahia não se desmobilizou quando o Corpo de Bombeiro, mais de 24 horas depois do desaparecimento, chegou para auxiliar nas buscas. Ele também notou a pouca estrutura e certa falta de empenho da corporação, que não contava com cães farejadores nas poucas horas em que circundaram as matas nas quais ele já havia passado.
Na sexta-feira (22), quando os bombeiros deram as buscas por encerradas, Valdécio voltou a conversar com as filhas da idosa – e com a sua própria família – para convencê-los da necessidade de prosseguir. Pelos seus cálculos, as chances de encontrar Margarida ainda viva diminuíam a cada hora.
Na manhã de sábado, voltou aos locais de mata, nas proximidades da rodovia, e sua intuição mostrou-se acertada: à sua frente, cerca de 100 metros mata adentro, próximo de onde os bombeiros haviam passado, Margarida estava caída. Sozinho, ele se apresentou como o irmão “Bahia”, constatou que, apesar de debilitada, ela estava viva e acionou a família para o resgate. Em poucos minutos, a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros chegaram no local para levar a idosa, depois de quase três dias, para uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), onde ela foi atendida antes de voltar pra casa e passar o natal com a família.
Essa história poderia não ter um final feliz para a família Mataruco se não fosse a determinação de Valdécio Carneiro Rios, o pedreiro que contrariou as estimativas dos órgãos de segurança e, munido de fé e boa vontade, localizou a vizinha praticamente sozinho.
A equipe do Portal Morada teve a oportunidade de ouvir o seu relato, no qual ele não poupa críticas a falta de estrutura do Corpo de Bombeiros.
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