InícioCulturaDe olho no futuro, Sepultura também mostra suas raízes no Sesc Araraquara

De olho no futuro, Sepultura também mostra suas raízes no Sesc Araraquara

Ao Portal Morada, guitarrista Andreas Kisser comenta o show desta quinta-feira (27/06), bem como adianta os próximos passos da banda.

Matheus Vieira

Artista ímpar dentro da história do heavy metal mundial, o guitarrista Andreas Kisser também carrega a fama de ser uma pessoa atenciosa e simpática em suas entrevistas. Sim. É verdade. Bom de papo e de fala firme, o músico atendeu o Portal Morada em um dos seus poucos momentos de descanso dentro da gigantesca agenda da Machine Messiah Tour, turnê que, há mais de dois anos, leva o Sepultura para os quatro cantos do mundo.

É esse Sepultura forte e confiante que desembarca (mais uma vez) em Araraquara nesta quinta-feira (27/06), às 21h, no palco do Sesc Araraquara. Os ingressos podem ser comprados na Central de Atendimento do local. Os preços variam de R$ 5 a R$ 30.  “Nosso último disco, Machine Messiah, encerra uma fase. E o próximo capítulo está por vir. Estamos preparados para este novo ciclo”, garante o cinquentão Andreas Kisser à reportagem. (Confira o bate-papo com o guitarrista na sequência).

Portal Morada – Andreas,  Araraquara é uma das últimas datas da Machine Messiah Tour? O repertório segue aquele apresentado no mundo inteiro?

Andreas Kisser – Sim. É uma fase final. Ainda temos outras datas no Brasil e no exterior, porém esses são os últimos passos dessa turnê, que há dois anos e meio levamos para o mundo todo e terá seu ponto final no Rock In Rio 2019, em outubro. O repertório também se assemelha ao que apresentamos em praticamente toda tour, com a carreira do Sepultura sendo apresentada de forma cronológica, isto é, com canções de todos os nossos álbuns.

Portal Morada -Para qual inédito país essa tour levou o Sepultura? Falta conhecer algum lugar? (risos)

Andreas (mais risos) – Mongólia, por exemplo, nunca tínhamos ido. Também tem novas cidades em países que já conhecemos, como Ucrânia, Rússia, Turquia e por aí vai.

Portal Morada – Em minha opinião, o disco “Machine Messiah” é um dos ápices do Sepultura. Vocês sentiram, durante o processo de composição, que ele seria muito mais que um marco de 20 anos com o vocalista Derrick Green, por exemplo?

Andreas – É difícil dizer, mas sabíamos que este álbum viria para colocar um fim numa era, já visando a próxima. Colocamos 100% das nossas energias nele. São 30 anos de Sepultura e o “Machine Messiah” veio a coroar tudo isso. Estamos extremamente felizes com tudo o que ele nos trouxe.

Portal Morada – O material também consolidou o Elói Casagrande como um dos melhores do mundo, concorda?

Andreas – O Elói é um baterista fenomenal. E foi no Sepultura que ele encontrou uma liberdade maior para tocar e compor. Talvez, em suas bandas anteriores, havia uma linha mais engessada. Hoje, nós dois somos os responsáveis por iniciar as composições, preparando tudo para as ideias do Derrick e do Paulo.

Portal Morada – Esse “melhor momento” começou a ser desenhado efetivamente com o disco “Kairos”, de 2011, concorda, Andreas?

Andreas – Sim. Estamos em um ótimo momento, 100% focados na música e com uma grande infraestrutura de trabalho.

Portal Morada – Nesse tempo, você sentiu que as gerações de fãs do Sepultura se renovaram com mais intensidade?

Andreas – Com certeza. O metal é assim. Acontece com Iron Maiden, Metallica, com o Sepultura e mais um monte de gente. O estilo nunca dependeu de TV, de rádio para sobreviver. O fã ama ir aos shows, adquirir material oficial e essa coisa de passar esse amor por diferentes gerações é muito legal.

Portal Morada – Andreas, tive a honra de te entrevistar algumas vezes e, na última delas, você me disse, com muita empolgação, que o documentário “Sepultura Endurance” estava sendo finalizado e que o material seria uma grande conquista para a banda. Hoje, te pergunto: o que mais falta para o Sepultura conquistar?

Andreas – Não sei dizer. Na verdade, não pensamos em um objetivo específico. Música é sonho e esse sonho se renova todo dia. Todo dia é uma oportunidade para uma nova conquista.

Portal Morada – Recentemente, perdemos André Matos, nome importante, assim como você, para a história do metal no Brasil e o mundo. Por conta disso, os guitarristas Rafael Bittencourt (Angra) e Kiko Loureiro (Megadeth/Ex-Angra) publicaram vídeos lamentando as brigas e a distância entre eles, que ultrapassa os 20 anos. Você acha que essa história pode impulsionar os fãs do Sepultura a desenterrar algo já esquecido e superado, no caso a situação com os irmãos Cavalera?

Andreas – Cara, eu acho que uma coisa em nada tem a ver com a outra. A situação do Angra é uma e a do Sepultura é outra. Seria estranho pensar que qualquer apelo emotivo poderia ter um papel significante para mudar os caminhos.

Portal Morada – Andreas, você está com frequência envolvido em diversos projetos, tanto no mundo rock quanto fora dele. Como está o De La Tierra, por exemplo? Acho essa união de músicos latinos uma idéia muito legal.

Andreas – A agenda do De La Tierra é sempre apertada porque cada membro vem de um canto da América Latina e todos estão ocupados com suas bandas. A idéia era gravar o terceiro disco este ano, porém não vai dar certo. O que eu posso adiantar é que estamos preparando um single para vocês.

Portal Morada – Li rumores que o Sepultura também tem material fresquinho na manga…

Andreas – Temos umas sete músicas bem adiantadas. Vamos gravar nosso novo álbum novamente na Suécia com Jens Bogren. Quem sabe até abril do ano que vem não temos novidades? No Rock In Rio, inclusive, vamos tocar uma música nova. Podem aguardar.

Portal Morada – Para finalizar, a última vez que você esteve em Araraquara com Sepultura, em 2015, também no Sesc, te entreguei uma camiseta da Ferroviária, presente do afeano Rafael Zocco.  Você lembra?

Andreas – Claro que lembro. Adoro ganhar camisetas de times de futebol!

Portal Morada – Muito obrigado pela atenção, Andreas. Bom show!

Andreas – Eu que agradeço o espaço. Até quinta-feira.

 

 

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