InícioEsporteGuerreiras Grenás: Relembre a conquista da Libertadores de 2015

Guerreiras Grenás: Relembre a conquista da Libertadores de 2015

Time araraquarense fez história ao levantar a taça continental na Colômbia

No dia 8 de novembro de 2015, o futebol feminino da América do Sul se tornou grená com a conquista da Copa Libertadores da América de Futebol Feminino pela Ferroviária, que na ocasião superou o Colo Colo do Chile na final com uma vitória por 3 a 1. 

Foi uma data histórica para o esporte de Araraquara, que pela primeira vez viu uma de suas equipes coletivas chegar ao topo da América do Sul. O futebol feminino local, que já havia conquistado quatro títulos estaduais e dois nacionais, consagrava a cidade como um berço de talentos e uma das potências da modalidade no país.

Neste domingo (21), às 19h45, as Guerreiras Grenás terão a oportunidade de buscar o bicampeonato da Libertadores, em final contra o América de Cali da Colômbia. O time araraquarense chega em sua terceira final em quatro participações no torneio. Além do título de 2015, a equipe foi vice-campeã em 2019, quando perdeu a final para o Corinthians. 

O Portal Morada relembra agora os detalhes da conquista da Libertadores de 2015, o mais importante troféu conquistado pelo esporte coletivo da cidade.

 

Seleção 'desmonta' a Ferroviária

A edição 2015 do torneio continental foi sediada em três cidades da Colômbia – Medellín, Envigado e Girardota – e a Ferroviária foi para a disputa com um time em reformulação. Isso porque, no ano anterior, 2014, a equipe do técnico Douglas Onça se consagrou como a maior potência da modalidade no país ao conquistar a Copa do Brasil e o Brasileirão. Os títulos, muito comemorados em Araraquara, trouxeram uma consequência que ocasionou um verdadeiro desmanche no elenco, já que a Seleção Brasileira implantou naquele ano a iniciativa de criar um grupo permanente para a disputa das Olimpíadas, marcadas para 2016 no Rio de Janeiro.

O resultado foi a perda de sete jogadoras titulares para o elenco da CBF, que contratou cada uma delas para se dedicar exclusivamente à Seleção. Assim, o time araraquarense ficou desfigurado sem a goleira Luciana, a lateral Rilany, as zagueiras Mônica e Tayla e as meio-campistas Thaísa, Maurine e Raquel. Isso sem contar a zagueira Marina, uma das líderes da equipe, que decidiu se aposentar no final da temporada. Posteriormente, a CBF realizou um draft para dividir todas as suas atletas entre as equipes do Brasileirão Feminino, com o intuito de equilibrar a modalidade no país.

Reformulação em andamento

Em 2015, a Fundesport, que era responsável pela gestão do time feminino antes de ser assumido pela própria Ferroviária, resolveu apostar no técnico Leonardo Mendes, enquanto Douglas Onça ficou com a função de coordenador técnico. Ao mesmo tempo, várias atletas das categorias de base ganharam chances no elenco principal.

O time demorou a engrenar, mas ainda assim conseguiu chegar à final da Copa do Brasil, onde levou a pior para o Kindermann-SC e ficou com o vice-campeonato. A equipe não teve boas campanhas no Paulista, onde foi eliminada nas quartas de final pelo São José, e no Brasileiro, onde foi eliminada ainda na primeira fase, o que gerou uma expectativa nada boa para a Libertadores.

Volta por cima

Com Leonardo Mendes como técnico e Douglas Onça na coordenação, a Ferroviária viajou para a Colômbia apostando em um grupo que mesclava atletas experientes como Daiane, Barrinha, Cacau e Adriane Nenê com jovens talentos como a goleira Amanda, a meio-campista Júlia e a atacante Tábatha. Algumas atletas daquele plantel, inclusive, estão no elenco atual, como Daiane, Barrinha, Luana, Nicoly e Rafa Mineira.

A Libertadores 2015 foi disputada por 12 clubes, que foram divididos em quatro grupos. A Ferroviária integrou o Grupo B e terminou a primeira fase na liderança depois de empatar por 0 a 0 com o UAI Urquiza-ARG e vencer o Espuce-EQU por 5 a 0 e o Colón-URU por 4 a 0. 

Diferente da edição atual, em 2015 o mata-mata se iniciava nas semifinais, onde a Ferroviária ficou cara a cara com seu maior rival na época, o São José, e em um jogo dramático, as Guerreiras Grenás levaram a melhor por 1 a 0, com gol de Adriane Nenê. 

Na final, a Ferroviária bateu o Colo Colo do Chile por 3 a 1, com todos os gols do jogo marcados no primeiro tempo: Tábatha marcou duas vezes e Barrinha fez o terceiro, enquanto Gloria Villamayor, em cobrança de pênalti, diminuiu para o time chileno. Festa das afeanas em Medellín, onde Daiane levantou a taça.

Recepção calorosa

No dia seguinte, a delegação afeana chegou em Araraquara e foi recepcionada por uma grande quantidade de torcedores em frente ao Estádio da Fonte Luminosa. De lá, saiu em desfile em carro aberto pelas principais ruas da cidade, onde recebeu o carinho dos araraquarenses. 

Confira as fotos da conquista e da comemoração ao final da matéria.

 

FICHA TÉCNICA DA FINAL DE 2015

FERROVIÁRIA 3 x 1 COLO COLO (CHILE)
Local
: Estádio Atanásio Girardot, em Medellín, na Colômbia
Data/Horário: 8 de novembro de 2015, às 12h (15h no Brasil)
Arbitragem: María Laura Fortunato, auxiliada por Daiana Milone e Carmen Returto;
Cartões amarelos: Tamires, Rafaela e Luana (Ferroviária)
Gols: Tabatha (19' e 25' do 1º T) e Barrinha (43' do 1º T) para a Ferroviária; Gloria Vilamayor (47' do 1º T) para o Colo Colo.

FERROVIÁRIA – Amanda; Daiane, Mimi, Juliana e Barrinha; Nicoly, Júlia, Patrícia e Rafaela, Adriane Nenê e Tábatha. Técnico: Leonardo Mendes.

COLO COLO – Christiane Endler; Rocio Soto, Camila Saez, Carla Guerrero e Geraldine Leyton; Claudia Soto, Ynara Aedo, Francisca Lara e Melisa Rodriguez, Gloria Villamayor e Francisca Moroso. Técnico: Eduardo Miguez Lopes.

LIBERTADORES FEMININA 2015

CAMPEÃO – Ferroviária (Brasil)
VICE-CAMPEÃO – Colo Colo (Chile)
TERCEIRO LUGAR: UAI Urquiza (Argentina)
QUARTO LUGAR: São José (Brasil)
ARTILHEIRA: Catalina Usme – Formas Intimas (Colômbia)
TROFÉU FAIR PLAY – Colo Colo (Chile)

 

 

 

Sair da versão mobile