InícioNotíciasGeralTécnica do vôlei de Araraquara desabafa: “O que aconteceu aqui é gravíssimo”

Técnica do vôlei de Araraquara desabafa: “O que aconteceu aqui é gravíssimo”

Sandra Mara Leão se mostra desanimada após agressão e revela medo sentido antes de viagem a Bauru

Ao final da partida entre Uniara/AFAV e Bauru na última quarta-feira, membros da equipe araraquarense relataram que sofreram agressão por parte de um homem que acompanhava o time do Bauru. Ele teria invadido a quadra e agredido a fisioterapeuta Ariane e as atletas Laísa e Thaís. A Polícia Militar foi chamada ao ginásio para conter o tumulto. As atletas do time araraquarense relataram ameaças de alguns integrantes do time de Bauru em relação ao jogo de volta, marcado para este sábado, às 18h30, no Ginásio Panela de Pressão, casa do adversário.

Por isso, a técnica Sandra Mara Leão, da Uniara/AFAV, não esconde sua preocupação com o jogo deste sábado em Bauru, principalmente no que diz respeito à segurança de suas comandadas. “É deprimente. É preciso entender que o que aconteceu no jogo aqui é gravíssimo. Três mulheres foram agredidas violentamente por homens. Não sei o que falar sobre a expectativa em torno do jogo. A expectativa é de medo”, desabafou a treinadora.

Sandra revelou que a situação emocional das atletas é a maior dificuldade do time neste momento. “As jogadoras estão bem abaladas em vista do acontecimento e não conseguiram treinar ontem. A Ariane nem apareceu, não estava bem e teve que fazer uma tomografia. As outras duas atletas que sofreram agressões físicas também não conseguiram treinar por estarem muito doloridas”, relatou.

Outro motivo de indignação por parte da treinadora é a nota publicada pela assessoria do time de Bauru, que chegou a relatar uma denúncia de racismo por parte de torcedores araraquarenses. “A verdade é que como a agressão foi uma ação não comum, aliás, uma ação que não existe no mundo do voleibol, isso foi o que mais mexeu com todas nós. Estou até agora sem entender por que um homem entra em um túnel para bater em mulher. Além de agredirem violentamente de graça, sem motivo algum, ainda soltaram na imprensa uma nota totalmente mentirosa. A nossa torcida de Araraquara não é racista, nunca foi. Nossa equipe é formada por várias atletas negras”, acrescenta.

“Nosso sentimento é de impotência. Que garantias nós temos de que medidas serão tomadas? Nenhuma”, concluiu a treinadora.

 

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