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Portugal conquista o título da Eurocopa

Cristiano Ronaldo se machuca no início do jogo, mas gol de Eder dá o título ao time português sobre a França

Portugal é campeão da Eurocopa 2016. Com um gol de Éder já no segundo tempo da prorrogação, a seleção portuguesa conquistou, neste domingo, no Stade de France, seu primeiro título no futebol profissional.

De quebra, a seleção portuguesa quebrou um longo tabu contra os franceses e anulou o poderio ofensivo dos anfitriões. E tudo isso sem Cristiano Ronaldo, que teve de ser substituído ainda no primeiro tempo. Além disso, o zagueiro Pepe se tornou o segundo brasileiro campeão europeu, depois de Marcos Senna, com a Espanha em 2008.

O esperado duelo entre Cristiano Ronaldo e Antoine Griezmann ficou restrito a poucos minutos no Stade de France. Numa partida bastante estudada e de muita luta no meio-campo, foi de Griezmann a chance mais clara de gol no primeiro tempo. O atacante do Atletico de Madri aproveitou cruzamento de Dimitri Payet e cabeceou no ângulo de Rui Patrício, que executou uma defesa espetacular.

Em seguida, as atenções voltaram exclusivamente para Cristiano Ronaldo. E representaram um choque para a torcida portuguesa. Em decorrência de uma pancada dura no joelho, sofrida após uma disputa de bola com Payet, o craque português teve de ser atendido duas vezes pelo departamento médico da seleção portuguesa.

Após o segundo atendimento, que durou alguns minutos, Cristiano Ronaldo voltou a campo com uma bandagem no joelho, mas visivelmente mancando. Logo na primeira vez que voltou a tocar na bola, ele não conseguiu arrancar e fez sinal de substituição. Chorando, Cristiano Ronaldo passou a braçadeira de capitão para Nani e saiu de maca diretamente para o vestiário. Perda importante para Portugal: sozinho, Cristiano Ronaldo marcou mais gols pela seleção do que o restante do elenco desta Eurocopa: 61×60 gols.

Titular no fracasso de 2004, Cristiano Ronaldo obviamente estava muito comprometido em levar Portugal ao seu primeiro título. Mas sua participação na final no Stade de France ficou limitada em 24 minutos. Em seu lugar entrou Ricardo Quaresma – a segunda subistuição mais rápida em finais de Eurocopa (Chiellini por Balzaretti, em 2012, pela Itália).

O restante do primeiro tempo trouxe poucas emoções. Moussa Sissoko, volante do rebaixado Newcastle, da Inglaterra, destacou-se pelo alto percentual em roubadas de bola e inicou algumas boas ações ofensivas. Portugal, sem a presença de Cristiano Ronaldo, por outro lado, acalmou a partida, trocou mais passes e protagonizou um futebol mais coletivo.

A França foi superior em todos os fundamentos no primeiro tempo: finalizações, posse de bola, roubadas de bola, passes. Mas a bola pouco chegou até Olivier Giroud, Payet não conseguiu se desvencilhar da forte marcação e Paul Pogba esteve mais preocupado com funcções defensivas.

A situação pouco mudou na segunda etapa. Escassas chances de gol. Partida sonolenta. A melhor chance veio somente aos 20 minutos, quando Kingsley Coman levantou a bola na área e o baixinho Griezmann cabeceou com perigo. A bola passou rente à meta de Rui Patrício.

Já nos acréscimo, André-Pierre Gignac deu um corte humilhante em Pepe e acertou a trave de Rui Patrício. Com o 0 a 0 nos 90 minutos, todos os três confrontos entre França e Portugal em Eurocopas foram à prorrogação. Nas duas ocasiões anteriores, em 1984 e 2000, a França ganhou no tempo extra. E, posteriormente, foi campeão.

Nesta Eurocopa, é a terceira prorrogação para Portugal – recorde no torneio continental. Esta também é sexta final de Eurocopa que vai à prorrogação, porém, a primeira que terminou sem gols nos 90 minutos. O primeiro gol quase saiu aos dois minutos do segundo tempo da prorrogação. O árbitro apitou mão na bola do zagueiro Laurent Koscielny, apesar de ter tocado na mão de Éder. Na cobrança, Raphael Guerreiro acertou o travessão.

Mas o gol salvador saiu no ataque seguinte. Éder levou a bola na força e disparou de longa distância, no canto direito de Lloris. Festa dos jogadores, da torcida de Portugal, e novo choro de Cristiano Ronaldo.

Portugal quebra uma sequência de 23 partidas de invencibilidade da seleção francesa em torneios como anfitriã, quebra um jejum de vitórias contra o rival francês e faz com que a França seja a quarta anfitriã a perder uma final em casa: Brasil, em 1950, Suécia, em 1958, e Portugal, em 2004.

Doze anos depois da dolorosa derrota para a Grécia, Portugal conquista seu primeiro título no futebol profissional. A redenção para o reserva Ricardo Carvalho e, claro, para Cristiano Ronaldo.

FICHA TÉCNICA

FRANÇA 0 x 1 PORTUGAL

Local: Stade de France, em Saint-Denis.
Arbitragem: Mark Clattenburg (Inglaterra), auxiliado por seus compatriotas Simon Beck e Jake Collin.
Gols: Éder (4’/2P)
Cartões amarelos: Cédric (34’/1T), João Mário (17’/2T), Samuel Umtiti (36’/2T), Raphael Guerreiro (5’/1P), Blaise Matuidi (7’/1P), William Carvalho (8’/1P), Laurent Koscielny (2’/2P), Paul Pogba (10’/2P), Rui Patrício (17’/2P)

PORTUGAL: Rui Patrício; Cédric, Pepe, José Fonte e Raphael Guerreiro; William Carvalho, Renato Sanches (Éder 34’/2T), Adrien Silva (João Moutinho 21’/2T) e João Mário; Nani e Cristiano Ronaldo (Ricardo Quaresma 24’/1T). Técnico: Fernando Santos.

FRANÇA: Hugo Lloris; Bacary Sagna, Laurent Koscielny, Samuel Umtiti e Patrice Evra; Blaise Matuidi, Paul Pogba, Moussa Sissoko e Dimitri Payet (Kingsley Coman 13’/2T); Antoine Griezmann e Olivier Giroud (André-Pierre Gignac 33’/2T). Técnico: Didier Deschamps.

 

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