Se o esporte serve para testar capacidades humanas, ninguém melhor do que Michael Phelps para mostrar até onde é possível chegar. Em seu último ato na carreira, ele novamente brincou com limites. O nadador chegou ao 28ª pódio olímpico com o título no revezamento 4x100m medley. O 23º ouro em sua quinta participação em Olimpíadas. A lista do maior medalhista da história ainda comporta três pratas e dois bronzes. Ao cair na piscina, neste sábado (14), pouco depois das 22h, o “mito” participou do encerramento das competições de natação dos Jogos Rio 2016.
Diante da trajetória nas piscinas com os contornos definitivamente traçados, o nadador trouxe à tona um olhar nostálgico em relação ao que conquistou. “É bom olhar para trás e ver que consegui alcançar tudo o que quis. Essa é a cereja do bolo. Não podia me sentir mais feliz”, afirmou o nadador para uma plateia de jornalistas que o aguardaram até de madrugada, como quem sabe que aquela era a oportunidade derradeira de viver um pouquinho mais da história do superatleta. “Começou como um sonho de criança, com um desejo de fazer algo como ninguém fez antes. Vivi esse sonho. Poder encerrar essa carreira com esses Jogos aqui é a melhor forma de fazê-lo”.
Uma Olimpíada diferente, que no princípio nem estava no horizonte de Phelps, quando ensaiou uma primeira aposentadoria após Londres 2012, interrompida dois anos depois. Jogos que começaram com uma experiência inédita para ele, ser porta-bandeira da delegação dos Estados Unidos na Cerimônia de Abertura. No entanto, que tem o mesmo lugar guardado na lembrança e no coração do nadador, nem maior nem menor que as outras edições em que esteve presente. “Cada Olimpíada tem uma característica e todas são especiais, assim como todas as medalhas. Tudo faz parte da minha carreira. O Bob (Bowman, treinador) e eu trabalhamos há 20 anos juntos. Ele é muito especial. Agora, estou pronto para começar um próximo capitulo da minha vida. Estou me aposentando, mas não significa que estou abandonando a natação”, disse sem revelar seus planos imediatos para o futuro profissional.
No aspecto pessoal, ele está decidido sobre o que fazer daqui em diante. O projeto é ter mais um filho com a esposa Nicole Johnson, que chamou atenção nas arquibancadas do Estádio Aquático do Parque Olímpico da Barra, com o primogênito Boomer, de três meses, nos braços. “A nossa relação é algo muito especial e estamos ansiosos por aumentar a família. Ter um bebê vai ser fantástico. Quero passar cada dia da minha vida com eles”, revelou Phelps, com a serenidade de quem sente o dever cumprido. “Tudo acontece por uma razão na vida. Tudo que passei… é assim que cheguei. Não mudaria nada. Posso dizer que esse é o melhor momento da minha vida. Basicamente, me sinto muito feliz”.
