Em coletiva de imprensa realizada na tarde desta terça-feira (11), na sede da Federação dos Empregados Rurais Assalariados no Estado de São Paulo – Feraesp, a Direção Executiva apresentou relatório da auditoria realizada sobre as contas da entidade, que congrega sindicatos rurais de todo o estado.
O dossiê foi apresentado em 13 volumes que contempla notas fiscais, recibos, documentos manuscritos, entre outros documentos referentes a movimentação financeira. O trabalho, realizado por uma empresa especializada em auditoria, considerou as contas da entidade dos últimos cinco anos. Com base nesse trabalho, a auditoria concluiu que "os gastos totais de malversação, dilapidação do patrimônio e descumprimento estatutário se resumem ao montante de R$ 9.323.275,37".
Dentre os recursos que teriam sido utilizados de forma ilegal, segundo a denúncia, estão os repasses de recursos da Feraesp para o Sindicato de Empregados Rurais Assalariados de Araraquara, também presidida por Élio Neves, e que somam recursos da ordem de R$ 5.765.568,24. A auditoria também aponta o uso de recursos da entidade para gastos familiares, como pagamento de cartão de crédito, na ordem de R$ 706.970,63.
"Foram por essas práticas que a maioria da Direção, ainda durante o mandato presidido por Élio Neves, o afastou das funções de presidente e instalou o procedimento fiscalizatório à comprovação das suspeitas de malversação do patrimônio dos empregados rurais assalariados no Estado de São Paulo", disse o diretor Aparecido Bispo, ex-secretário geral e presidente interino.
Depois de afastado, Élio Neves renunciou à presidência da federação. Para o atual secretário de finanças e administração, Rubens Germano, "a preocupação da Direção é a de buscar restituir os valores que foram desviados da sua finalidade. Para tanto, a Direção deve buscar na Justiça as medidas cabíveis para que o patrimônio dos assalariados rurais retornem aos cofres da entidade".
Acusação política
Em nota, Élio Neves se defendeu das acusações e afirmou que são “fruto de traição política”. “De imediato declaro que: SOU INOCENTE nenhum desvio pratiquei e as acusações é fruto de traição política praticada pelos atuais dirigentes quanto ao projeto original da FERAESP”, afirmou.
“A gestão administrativa da FERAESP por força estatutária é colegiada e a responsabilidade pelo manejo financeiro cabe ao tesoureiro geral auditoria noticiada realizou-se unilateralmente no interesse dos atuais dirigentes visando apagar a história, macular os fatos e manchar de forma a destruir minha imagem”, declara.
Élio Neves conclui dizendo que não cabe à ninguém “fazer justiça por conta própria e nenhum fato pode ser julgado com a versão de apenas um lado. Neste caso me resta o judiciário como caminho a ser trilhado onde certamente terei garantido legitimo processo legal e direito de defesa, direitos até aqui subtraídos”.