A Plenária Temática da Cidade do OP (Orçamento Participativo) reuniu cerca de 200 pessoas na noite desta quarta-feira (28), no Clube 27 de Outubro, em Araraquara.
Cinco opções de voto foram elencadas para a votação de acordo com os temas escolhidos no OP Digital: o projeto “Quilombo Rosa” (de combate à pobreza), a ampliação de vagas em creches e capacitação de professores, a informatização dos agendamentos da Saúde, o fim da fila de espera de exames e leitos e a reabertura do Pronto-Socorro do Melhado.
Com 93 votos, venceu a reabertura do Pronto-Socorro do Melhado. O projeto “Quilombo Rosa” recebeu 80 votos e ficou em segundo lugar. “A obra do pronto-socorro é muito importante para a Saúde de Araraquara e será executada pelo nosso governo. É para isso que serve o OP. Não haverá uma obra feita em Araraquara sem a aprovação da população”, declarou o prefeito Edinho Silva, após a votação.
Escolha provocou polêmica
Horas antes de plenária, uma suposta mobilização de pessoas ligadas ao governo municipal gerou debate nas redes sociais. O assunto foi levantado pela professora Sylvia Iasulaitis, da Universidade Federal de São Carlos, moradora de Araraquara. Em um texto intitulado “Orçamento Participativo autoritário: uma farsa virando tragédia”, a professora disse que a proposta de reabertura do Pronto Socorro do Melhado partiu de representantes do governo municipal com o objetivo de convencer a população e condicionar a votação na plenária. “Ora, mas isso foi parte do programa de governo do prefeito, portanto, compromisso que independe do OP. A população levantou outras demandas de seus bairros e áreas de envolvimento”, disse.
“A correlação de forças entre governo e sociedade já é extremamente desigual, e a ideia original do OP seria minimizar tais assimetrias de poder. O que estamos vivenciando é uma distorção da lógica da participação popular e um desrespeito à sociedade e aos movimentos sociais. Isso é inaceitável”, completou.
Entre manifestações contrárias e favoráveis, a ex-vereadora e presidente da Fundart, Gabriela Palombo, defendeu o OP e negou a existência de manipulação por parte do governo. “Embora o governo possa ter posições e isso é LEGÍTIMO dentro da Democracia, as mobilizações têm sido livres e mais uma vez, eu e muitos outros membros do governo, nos mobilizamos por pautas que entendemos ser importantes e que não tem nada a ver com o PS do Melhado”, disse Palombo.
