Durante a 68ª Sessão Ordinária da Câmara Municipal de Araraquara realizada na terça-feira (12), a votação e discussão sobre o Projeto de Lei nº218/2017, de autoria do vereador e primeiro secretário Édio Lopes (PT), ganhou destaque.
A proposição que dispõe sobre a proibição de pulverização aérea de agrotóxicos no município de Araraquara movimentou a Casa de Leis. A favor da aprovação do projeto, graduado em zootecnia pela UNESP, Caio Humberto Perego, subiu à tribuna para defender a coibição da utilização de insumos agrícolas.
Para ele, os agricultores familiares bem como os apicultores têm sido prejudicados com o comprometimento de suas plantações orgânicas e com a mortandade de abelhas pela prática da pulverização de agrotóxicos."As feiras sustentam muitas famílias e garantem alimentos de qualidade a grande parte da população. Por isso, não podemos permitir que o Agronegócio continue a contaminar o ambiente e prejudicar as plantações orgânicas", enfatizou Perego.
Em contrapartida, Tatiana Caiano Teixeira Campos Leite, credenciada pela Associação dos Fornecedores de Cana de Araraquara (Canasol) se posicionou de maneira contrária na tribuna. Para a representante, não há razão técnica para a proibição. Eu peço que esse que o projeto seja rejeitado, uma vez que prejudicará a economia local e potencializará a crise.
Após as respectivas defesas dos inscritos na Tribuna Popular, os parlamentares declararam seus votos e justificativas. Por dez votos contrários e seis favoráveis, o projeto não foi aprovado. A maioria dos argumentos centralizaram-se na ideia de que Araraquara é uma cidade historicamente dependente da produção da cana-de-açúcar e a proibição da pulverização aérea seria muito radical. O vereador Elton Negrini (PSDB) sugeriu a regulamentação em vez da proibição.
O autor do projeto defendeu a inibição como necessária, uma vez que a pulverização aérea dos insumos agrícolas, além de prejudicar a produção local dos pequenos agricultores, contamina o meio-ambiente e causa sérios danos à saúde humana. "Não vou alterar meu voto, pois continuo convicto dos valores e das minorias que defendo. Não acho justo que os agricultores locais sejam prejudicados devido às grandes empresas, mas a democracia consiste nisso, no debate, que acredito ter sido bastante construtivo", finalizou Édio.