O ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a instauração de inquérito contra o prefeito de Araraquara, Edinho Silva (PT), que atuou como tesoureiro da campanha de reeleição, em 2014.
Além de Edinho Silva, são alvos do pedido o senador Ciro Nogueira, presidente do Progressista, os executivos Joesley Batista e Ricardo Saud. O pedido foi feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em dezembro do ano passado.
De acordo com o jornal O Estado de São Paulo, as acusações giram em torno do suposto recebimento de vantagens indevidas pelo Progressista para apoiar a reeleição de Dilma Rousseff (PT) em 2014 e não agir contra a ex-presidente no processo de impeachment instaurado no Congresso Nacional. O pedido de instauração de inquérito é baseado na colaboração premiada de executivos do Grupo J&F.
Edinho Silva, que foi ministro da Comunicação Social do governo Dilma e se elegeu prefeito de Araraquara em 2016, é citado como encarregado pelo PT de tratar com a J&F dos pagamentos de propina durante a campanha eleitoral de 2014, para apoio da reeleição de Dilma. No caso do Progressista, o valor “pelo apoio” teria sido repassado a Ciro, estipulado inicialmente em R$20 milhões.
Ricardo Saud, na delação, afirma que os representantes do partido sabiam que se tratava de propina do caixa do PT.
Edinho afirma que “agiu dentro da legalidade”
Em nota, Edinho Silva afirma que agiu dentro da legalidade e de forma ética. “O PP já fazia parte do governo Dilma, estando à frente, inclusive, de Ministério, portanto, tinha interesse lógico na reeleição da presidenta Dilma. Essa tese, construída sem nenhuma prova e fundamento para que as delações fossem aceitas, não se sustenta. Por esse motivo que vários inquéritos semelhantes já foram arquivados pelo Poder Judiciário”, afirma.