Ícone do São Carlos, Marcus Vinicius entende as dificuldades da transição de funções no futebol. O lateral direito de 34 anos renovou seu contrato por mais um ano para a disputa do Paulistão A3 de 2019, porém, possui outra responsabilidade durante o mês de janeiro: comandar a equipe sub-20 na Copa São Paulo Junior.
Depois de comandar os times sub-15 e 17 da agremiação são-carlense, o experiente lateral assume os jovens do sub-20 na histórica competição das categorias de base e admite que está conseguindo conciliar a ‘vida dupla’ para o primeiro semestre.
“É uma rotina pesada e parece estranho para alguns. Estamos conseguindo conciliar os treinamentos com os meninos. Sempre deixei avisado que serei o comandante deles nos treinamentos e nos jogos, mas vai ter o momento que vou escutar o treinador e trabalhar como qualquer outro jogador”, disse o Marcus Vinicius.
O agora jogador e técnico Marcus Vinícius não havia pensado em ocupar cargos dentro do futebol após a aposentadoria, mas aponta os conselhos dos companheiros e o convite do presidente como crucial para assumir o posto durante a Copa São Paulo.
“Nunca tinha passado pela minha cabeça que devia ser treinador, mesmo entendendo que o final da carreira estava chegando. No São Carlos, todos falaram que tinha característica de técnico e o presidente me fez o convite. Fiz alguns jogos, treinos… O presidente acreditou que o trabalho evoluiu, viu que estávamos bem e preferiu me manter”, revela.
Montagem do grupo e gestão do trabalho
Além de comandar o São Carlos nas categorias sub-15 e sub-17, Marcus Vinícius iniciou a preparação da equipe sub-20, comandando as avaliações por novos atletas e participando dos Jogos Abertos do Interior, torneio que a equipe terminou como campeão contra o Osasco Audax.
“Nossa equipe mudou muito com o que trabalhei antes, cerca de 95% do elenco, fizemos algumas avaliações e fizemos treinamentos para buscar esse atleta. Fizemos cinco partidas nos Jogos Abertos e não sofremos gols, tivemos o artilheiro do campeonato e fomos campeões. Sabemos que a Copinha é diferente, só que vamos motivados”, indicou.
Marcus pensa que revelar jogadores e ganhar títulos não será seu único objetivo como técnico das categorias de base, mas auxiliar na formação de caráter dos atletas com sua experiência e dos profissionais envolvidos. “Minha obrigação é treinar e comandar os atletas, mas me preocupo em formar o cidadão, levando minha experiência e conceitos”, disse.
“Criamos regras de conduta, para criar um bom relacionamento e evitar brigas entre os meninos. Acredito que os pequenos detalhes contribuem na formação do atleta, estamos do lado do atleta e família, sempre passando conselhos. Temos diversos profissionais para formar cidadãos, não só atleta”, completou.
Copa São Paulo
Observando e analisando os rendimentos dos garotos, Marcus Vinícius entende o projeto do São Carlos e trabalha em conjunto com Omar Curi, ex-técnico do sub-20 e atual do elenco principal, para facilitar a integração dos jovens para a profissional durante o primeiro semestre.
“Minha relação com Omar é aberta, passamos conceitos e acompanhamos jogos. Existe um projeto para integrar alguns desses meninos e o Omar estará no clube acompanhando nosso trabalho, para saber quantos podem ser usados na A3 ou podem representar outras equipes no futuro”, conta.
Como equipe da cidade-sede, o São Carlos enfrentará Criciúma, Atlântico-BA e América-MG na fase de grupos da Copa São Paulo. Entendendo os novos desafios, o novo técnico do Sub-20 está atento aos adversários e espera uma equipe corajosa para realizar bons jogos.
“Estou analisando todas as equipes do grupo. Assisti alguns jogos do Criciúma na Copa Sul e tenho vídeos do América-MG. Não vamos mudar nossa preparação, mas vamos analisar o que estamos fazendo certo e errado para vencer. Respeitaremos todos os adversários e vamos ser corajosos”, finalizou Marcus Vinicius.
O primeiro compromisso do São Carlos e seu novo treinador na Copa São Paulo Júnior será contra o Criciúma, às 17h45, no estádio Luiz Augusto de Oliveira.