Faleceu na noite desta quarta-feira (13), aos 78 anos de idade, o ex-jogador Geraldo Scalera, que foi vítima de um infarto. Seu corpo foi velado e sepultado na manhã desta quinta-feira (14) no Cemitério São Bento.
O ex-atleta nasceu em 1940 em São Paulo, onde desde criança já mostrava habilidade com a bola nos pés. Começou a disputar campeonatos amadores na capital paulista aos 16 anos de idade e teve como primeiro time o União de Guarulhos. Sua qualidade foi notada por um olheiro que o levou, aos 17 anos, para o time da Usina União São João de Araras, que posteriormente viria a se tornar o União São João. Como naquela época os jogadores só poderiam se profissionalizar com 20 anos, ele foi para Araras como atleta amador.
Se destacou na equipe de Araras e foi profissionalizado em 1960. Em um torneio que contou com a participação de São Paulo, Velo Clube e XV de Jaú, o jogador, que na ocasião era reserva, ganhou uma oportunidade em uma partida e marcou dois gols, o que chamou a atenção de Antônio Tavares Pereira Lima, presidente-fundador da Ferroviária, que acompanhava o jogo na arquibancada.
Foi chamado para fazer testes no time de Araraquara e o técnico Modesto Bria gostou do que viu. Geraldo fez sua estreia com a camisa grená no dia 22 de julho de 1962, na vitória por 3 a 0 da Ferroviária sobre o Jabaquara na Fonte Luminosa, pelo Paulistão. Seu estilo habilidoso, sempre chegando com qualidade ao ataque, rapidamente fez com que ganhasse o carinho e a confiança da torcida, que o viu atuar em 132 jogos.
Chegou a ser cotado para ir para o Santos junto com o atacante Peixinho, mas seu destino foi o Palmeiras em 1965. No Verdão, onde contou com o apoio do também ex-afeano Dudu, sua primeira oportunidade surgiu justamente em um clássico contra o Corinthians no Pacaembu, partida que foi vencida pelo alviverde por 2 a 0. Foi campeão paulista pelo Palmeiras em 1966 e no ano seguinte participou da conquista da Taça Brasil. Participou também do vice-campeonato da Libertadores de 1968, último no em que atuou pelo time da capital.
Depois do Palmeiras, foi para o Juventus de São Paulo, time pelo qual disputou duas temporadas em 1979 e 1970. Passou ainda por Rio Preto e Marília, antes de uma lesão no menisco adiantar sua aposentadoria. Retornou ao futebol em uma equipe amadora chamada Milionários, que fez muito sucesso na época por contar com craques como Bellini, Djalma Santos e o grande Mané Garrincha.
Em São Paulo, fez cursos para atuar como representante de vendas e exerceu a função em várias empresas, até pedir que uma delas o transferisse para Araraquara. Chegou a trabalhar na Ferroviária, onde cuidava da casa do atleta e passou muita experiência em conversas com os jogadores. O trabalho durou pouco tempo por conta de problemas associados à saúde, porém continuou residindo em Araraquara com a família. Sua ligação com o time, no entanto, segue eterna, já que ficará para sempre marcado na memória do time e dos torcedores.
(Informações de Alessandro Bocchi)