Até onde vai a paixão por um time de futebol? No último final de semana, a torcida do Botafogo deu mostras de que quando o clube mais precisar, pode contar com seus apaixonados. Com o tricolor lutando contra o rebaixamento, mais de mil torcedores em caravana com 28 ônibus foram para Mirassol acompanhar o confronto direto com a equipe local.
Presente na viagem até Mirassol, Flavio Santos Pereira, 46 anos, é mestre de obras e, nas horas vagas, se dedica a registrar a torcida botafoguense. “Dificilmente o Botafogo joga sozinho”, garante Flavio. “Sinceramente não lembro a última vez que isso aconteceu. Acompanho registrando a torcida, faço o registro da arquibancada e não do jogador ou comissão técnica. O intuito é registrar o torcedor do Botafogo e suas emoções positivas e negativas”, completou.
Experiente, Flavio se recorda de outras ‘invasões’ da torcida tricolor ao longo da história. “Já vi várias mobilizações no Botafogo e a maior delas foi na década de 70, em 1977, quando numa caravana para Uberaba foram 50 ônibus. Essa que a gente fez agora foi a segunda maior com 28 ônibus, cinco vans e bastante gente de carro”, revela.
Pegar estrada e viajar quilômetros de distância é cansativo e não garante a vitória do time do coração, algo que Flavio sabe bem. “A gente já tinha feito uma mobilização dessa a pouco tempo atrás para Mogi Mirim, em 2013, na disputa das quartas de final e inclusive sofremos uma goleada por 6 a 0”, relembra. “Levamos 20 ônibus e bastante vans aquele dia”, completa. “Mas fizemos outras também, como em Araraquara, no acesso em 2008, com 12 ônibus”, recorda um momento feliz.
Com o time jogando pela permanência na elite estadual, Flavio acredita que o apoio nas arquibancadas do José Maria de Campos Maia foi fundamental para o empate por 1 a 1. “Acredito que tenhamos dado a força necessária para o time conquistar o empate que, se não foi o que a gente queria, está de bom tamanho dentro das condições que foi o jogo”, concluiu o torcedor apaixonado.
Na última rodada o Botafogo recebe o Santos no estádio Santa Cruz nessa quarta-feira (20), às 21h30. Para não depender de nenhum resultado, a equipe precisa vencer. No entanto, caso o São Caetano não vença o São Paulo em casa, no mesmo dia e horário, estará na elite em 2020.