A Ferroviária teve uma campanha de destaque em 2019 no futebol feminino. Além do título do Campeonato Brasileiro, a equipe chegou à semifinal do Campeonato Paulista e à final da Libertadores. Aline Milene, atacante da equipe, foi um dos destaques, com 40 jogos disputados e 11 gols marcados.
A atleta começou a jogar ainda criança, em uma escolinha de futebol, ao lado de meninos. Só depois que entrou para um clube de futebol. “Comecei a jogar ao sete anos. Fiquei dos sete aos dez anos em uma escolinha jogando com meninos. Aos 13, fui para o meu primeiro clube, o Atlético-MG, para jogar com as meninas. Disputei cinco campeonatos mineiros, Copa do Brasil e outras competições com a equipe e foi onde tive uma guinada na minha carreira profissional", comentou.
Natural de Belo Horizonte, a jogadora falou da importância da sua família para continuar seguindo na carreira, já que sempre estiveram inseridos no futebol. “A vontade de ser jogadora surgiu por conta da minha família. O meu pai jogou futebol amador e todos nós gostamos muito de futebol, somos uma família que vivencia muito esse esporte. Veio dessa paixão do meu pai, de toda a minha família. Desde os sete anos, acho que já tinha o dom para isso, já gostava muito. Então decidi seguir essa carreira”, explicou.
Em 2013, Aline Milene foi para os Estados Unidos para estudar na Baylor University, cursar Administração. “Joguei nos Estados Unidos por cinco anos para pode conciliar os estudos e o futebol. Acho que foi uma das melhores experiências da minha vida, não só como atleta, mas como pessoa. Agregou muito à minha carreira, profissional como pessoa. Aprendi demais culturalmente, em um país onde a língua mais falada não era a minha, tendo que aprender tudo do zero, ficar longe da família por cinco anos, sofrer um pouco com isso. Mas quem é atleta sabe que a gente vai estar longe mesmo, mas de poder estar em outro país vivendo tudo isso, foi bem diferente. Foi uma experiência incrível para mim e eu falo que agregou mais para mim como pessoa do que como atleta”, relembrou a atacante, que completou.
“Lá nos Estados Unidos tem uma repercussão muito grande dos torcedores com os atletas, principalmente na universidade. Todo jogo tinha mais de mil pessoas assistindo, em um estádio que comporta uma torcida bem bacana, com todo mundo bem juntinho. Eles têm essa visibilidade muito grande voltada para o esporte universitário e é muito bacana como profissional. Toda essa aglomeração, esse suporte dos fãs é incrível. O futebol feminino lá é muito visado, a seleção feminina é campeã mundial, tendo mais destaque que o masculino”, completou Aline.
Habilidosa, retornou ao Brasil em 2019 e foi atuar na Ferroviária, seu clube atual. “O retorno para o Brasil foi incrível. Voltei com o pensamento de jogar um Campeonato Brasileiro e ser campeã e fui muito feliz de fazer isso no meu primeiro ano aqui. Poder voltar e jogar em Araraquara, em um time com uma história tão bacana. Eu já sabia de outras atletas, a Raquel sempre falava para mim e é isso mesmo que é a Ferroviária. Eu criei uma identidade, uma paixão muito grande e fico feliz de poder dar continuidade na minha carreira aqui”, disse.
Pela Seleção Brasileira, Aline Milene vem sendo convocada em todas as listas da técnica Pia Sundhage. “Está sendo ótimo poder trabalhar com a Pia [técnica da Seleção], uma treinadora excepcional, ela é diferenciada, com uma filosofia incrível e poder servir meu país é bom para mim. Essa experiência com a seleção, a cada convocação é sempre diferente, dá aquela sensação de ainda estar ali e sempre ter que ficar consciente do que a gente tem que fazer”, finalizou.
