Neste mês de julho, o Parque Estadual Ilha do Cardoso (PEIC) comemorou os 58 anos de criação. Instituído pelo Decreto Estadual 40.319 de 1962, o PEIC está localizado no município de Cananéia, litoral sul do estado, e integra a maior área contínua de floresta Mata Atlântica do Brasil.
O espaço está inserido no Complexo Estaurino-Lagunar de Iguape, Cananéia e Paranaguá que, segundo a União Internacional de Conservação da Natureza (IUCN), é o terceiro maior estuário do mundo em termos de produtividade primária e um dos mais bens preservados, o que lhe confere prioridade na conservação.
A região também foi reconhecida como Sítio do Patrimônio Mundial Natural e Zona Núcleo da Reserva da Biosfera pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em 1999 e 2005, respectivamente.
O PEIC integra a área tombada da Serra do Mar e de Paranapiacaba e faz limite com a Área de Proteção Ambiental de Cananéia – Iguape – Peruíbe (APA-CIP), reconhecida como Sítio Ramsar em 2017, por meio da Convenção sobre as Zonas Úmidas de Importância Internacional.
No entorno do PEIC, há importantes áreas de conservação como a APA Marinha Litoral Sul (SP), o Parque Estadual do Lagamar de Cananéia (SP), a RDS Itapanhapima, a RESEX Taquari e RESEX Ilha do Tumba (SP) e o Parque Nacional de Superagui (PR).
O local também é um importante refúgio de espécies ameaçadas de extinção, visto que concentra ecossistemas costeiros do bioma da Mata Atlântica, um dos mais fragmentados e antropizados do Brasil. Em suas faces norte e oeste, onde é banhado pela Baía de Trapandé e pelo Canal de Ararapira, respectivamente, registram-se a presença do boto cinza (Sotalia guianensis), um dos principais atrativos do Lagamar.
Promover a manutenção e sustentabilidade dessa e de outras espécies chaves da Mata Atlântica – como, a onça parda, guarás, papagaio da cara-roxa e jacarés do papo-amarelo – são algumas das principais atribuições do Parque Estadual da Ilha do Cardoso.