Um estabelecimento comercial, localizado na Rua Carlos Gomes, centro de Araraquara, foi pichado com uma expressão de cunho racista nesta quarta-feira (11). Os pichadores escreveram “MACACO SENZALA” na porta do “Theodoro’s Burguer” (leia aqui).
O crime mobilizou diversas entidades que subscreveram uma nota de repúdio. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), por meio da Comissão de Combate a Discriminação Racial declarou que “combater o racismo e exigir o cumprimento da lei é um exercício diário e também meta da Comissão a Discriminação Racial da OAB da 5ª Subseção de Araraquara que, não tolerará nenhuma prática racista e nem admitirá a impunidade aos que praticam um crime tão sério na nossa cidade!”.
O Centro de Referência Afro "Mestre Jorge" também publicou um documento para repudiar a pichação explicitamente racista. “Entendemos que como cidadãs e cidadãos de sociedade democrática de direitos, não devemos nos silenciar diante desse fato e o criminoso precisa ser identificado, julgado e punido por seus atos”.
O texto é subscrito por diversas entidades, como o Conselho Municipal de Combate à Discriminação e ao Racismo – COMCEDIR; Coordenadoria Executiva de Políticas Étnico-Raciais; Comissão de Combate à Discriminação Racial – OAB Araraquara; Frente Parlamentar Antirracista da Câmara Municipal de Araraquara; APRECABA – Associação de Preservação, Resistência e Resgate da Cultura Afro Brasileira de Araraquara; ACAAAR – Associação Cultural Afrodescendente dos Amigos De Araraquara E Região e Samba Topp – Movimento Cultural de Resistência pelo Samba de Araraquara
As entidades classificam a atitude racista como “uma manifestação imoral de uma parcela da sociedade adoecida e que não se envergonha em discriminar abertamente as pessoas em virtude de sua cor da pele e que se incomodam por essas pessoas trazerem em si o orgulho de sua ancestralidade, resultado de lutas históricas reconhecidas pelo Estado e que se converteram em políticas públicas de afirmação e reconhecimento do papel da população negra na história deste país, bem como na cidade de Araraquara”. O texto finaliza manifestando solidariedade como o proprietário do estabelecimento, Bruno Theodoro, “e com todas as pessoas negras são inevitavelmente atingidas cada vez que um episódio como esse acontece”.