O caso envolvendo o prefeito de Ribeirão Bonito, Chiquinho Campaner (PSDB), chama a atenção pelo grotesco. Depois de encarar uma Comissão Processante (CP) aberta pela Câmara Municipal que poderia ter lhe tirado o cargo logo no primeiro ano de mandato, o político sentiu-se fortalecido e passou a desprezar opositores e instituições que se atrevem a criticá-lo A imprensa é um exemplo e a Procuradoria do Município que, a partir da descoberta de embalagens de cuecas mantidas no banco de passageiro do veículo oficial, questionou o chefe do Executivo. O objetivo do ofício era apurar se a presença das peças íntimas não configuraria uso irregular do veículo oficial.
A resposta dada pelo prefeito, de que as cuecas lá estavam e lá permaneceriam preventivamente para o caso de um desarranjo intestinal, é das mais absurdas grosserias feitas por um ocupante de cargo eletivo na região.
Sendo assim, as cuecas, que já serviram para armazenar dólares num episódio antológico da corrupção brasileira, voltam ao centro do debate político por causa da situação mal explicada pelo prefeito de Ribeirão Bonito.
Chiquinho, que logo nas primeiras semanas do mandato tentou acabar com uma assembleia de servidores municipais chamando os sindicalistas de comunistas, petistas e vagabundos, parece não sofrer do tão temido desarranjo intestinal, para o qual ele já reservou algumas dúzias de cuecas limpas, mas de uma incorrigível incontinência verbal para o qual acredita-se não haver remédio.