Segundo o delegado, uma dentista procurou a polícia nesta segunda-feira (19) informando que há alguns dias teve um notebook furtado de seu consultório. Segundo a vítima, no equipamento havia vários arquivos de pacientes.
Após o furto, a dentista recebeu uma carta, com remetente, dizendo se tratar de uma notificação extrajudicial. O conteúdo da carta era uma tentativa de negociação sobre as pastas de pacientes.
Na carta havia também um número de celular para contato. A vítima entrou em contato e do outro lado, a suspeita se passava por advogada e falava em valores para negociar a devolução dos documentos.
Na manhã desta segunda-feira (19), em contato com a negociadora, foi combinado um encontro no período da tarde para devolução e acerto dos valores para tal.
Segundo a vítima, a suposta advogada disse que iria ao encontro de UBER, que em sua companhia haveriam outras 9 pessoas, que um deles seria o cabeça do esquema e citou que os mesmos seriam dos bairros Hortencias e Valle Verde. Para amedrontar a vítima, a mulher alertou para que ela também não tentasse gravar nada com o celular.
A vítima então, antes de tomar qualquer atitude, procurou a Polícia Civil. Os investigadores fizeram diligências no centro da cidade, e no endereço que constava na carta, detiveram uma mulher de aproximadamente 60 anos de idade.
A mesma se apresentou aos policiais como advogada, mas ao consultar sua carteira do OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), foi descoberto que ela está licenciada da Ordem desde 2004, sendo proibida de exercer a função.
No local, foram apreendidas em torno de 50 pastas com documentos de clínicas odontológicas.
Após contato da polícia, outro dentista compareceu a DIG e reconheceu os documentos furtados de sua residência.
Segundo o dentista, ele também recebeu contato da mesma suspeita que tentou negociar a devolução das pastas. Os valores que a mulher pediu era de R$ 5 mil por pasta de cada cliente. Em depoimento, a mulher alegou que encontrou as pastas jogadas em uma caçamba.
A criminosa foi presa em flagrante delito pelo crime de extorsão, ou seja, exigir pagamentos mediante ameaça, por exercício ilegal da profissão e também por receptação, já que estava com as pastas furtadas em seu poder.
A Polícia Civil faz um apelo para outras possíveis vítimas da ex advogada para que procurem uma delegacia a fim de descobrir se houveram outros crimes cometidos por ela. As investigações prosseguem para esclarecer os furtos dos documentos e pastas e se há outros parceiros envolvidos nos delitos.