Um Salão de Beleza localizado na rua Humaitá, na região Central de Araraquara, vem sendo alvo de ataques racistas nos últimos meses.
ENTENDA O CASO
Há seis meses, o salão recebeu o primeiro ataque. O portão foi pichado com frases de cunho racista. Após o fato, as proprietárias apagaram as ofensas escritas, mas os atos criminosos persistiram.
Em 31 de dezembro de 2021, o episódio voltou a se repetir de forma mais explícita. O estabelecimento foi pichado com a frase “Três mulher linda e uma macaca no meio (SIC)”.
O ataque ocorreu após o salão instalar um outdoor em frente ao estabelecimento com quatro mulheres. Sendo uma delas, uma mulher negra.
Há dois anos, o salão reformulou a marca e passou a apresentar a proposta de valorizar a diversidade brasileira com o intuito de contemplar toda beleza feminina. Desde então, o local é constantemente atacado.
Esta semana o salão voltou a sofrer ataques racistas e uma nova pichação foi feita. “Já falei, tira essa macaca do meio das mulher bonita (SIC)”.
Diante das ameaças sofridas, as proprietárias resolveram procurar a ajuda da imprensa.
“Estamos com receio de que aconteça algo mais grave ou outro tipo de prática”, afirma uma das donas.
Até o presente momento, o autor do crime não foi localizado. Caso haja informações sobre o caso, ligue para Polícia Militar 190.
Câmeras de segurança serão consultadas a fim de identificar o autor do crime e fazer um mapeamento da situação.
É válido recordar que no ano passado, o estabelecimento “Theodoro’s Burguer”, também sofreu ataques racistas e teve o portão pichado com a frase “Macaco Senzala”. (Relembre o caso aqui)
RACISMO É CRIME
A constituição federal de 1988 determina, no Art. 3, inciso XLI, que “ constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: promover o bem de todos, sem preconceito de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação e, no Art, 5 º, inciso XLI, que “ a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades”. Portanto, qualquer tipo de prática racista é inadmissível.
“Não deixe de registrar boletim de ocorrência para que assim seja feita a entrada com um inquérito, sendo possível realizar a cobrança de forma legal“ afirma Alessandra Laurindo, coordenadora do Centro de Referência Afro “Mestre Jorge”.
Hoje, 56,8% da população brasileira é constituída por pessoas negras.
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