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Prefeito confirma pedido de propina para igreja em ministério

Filiado a partido da base do presidente, prefeito de Boa Esperança do Sul diz ter sido orientado a pagar R$ 40 mil para aprovação de projeto

O prefeito de Boa Esperança do Sul (SP), José Manoel De Souza (PP), confirmou em entrevista ao Jornal da Morada ter recebido um pedido de pagamento de recursos para uma igreja evangélica em troca do município que ele administra ser contemplado pelo Ministério da Educação com a instalação de uma escola técnica.

Manoel relata que esteve no Ministério da Educação, em Brasília (DF), em março do ano passado, quando a pasta organizou um encontro com gestores municipais. Na ocasião, ele estava acompanhado pelos prefeitos de Nova Europa, Luizão (PTB), e por Adriano Marçal (PTB), de Gavião Peixoto. No Ministério, eles questionaram sobre o sistema de cadastramento de projeto, que não estava liberado e, por isso, dificultava a apresentação de pedidos oficiais de recursos públicos.

Após o encontro, eles foram convidados para um almoço com pastores, num hotel de Brasília, onde a liberação de recursos continuaria sendo tratada. No local, Manoel conta que foi direcionado para a parte externa do restaurante do estabelecimento. “A pessoa perguntou se o município tinha interesse em receber uma escola técnica. Eu disse que sim. Foi quando ele disse que, para isso, eu precisaria fazer um depósito de R$ 40 mil para a igreja”, lembra o prefeito, que afirma ter recusado a proposta.

Ao Jornal da Morada, Manoel de Souza conta que sabe apontar o nome das pessoas envolvidas no encontro e que pode colaborar com a Justiça para a apuração das denúncias.

 

Entenda o caso

Prefeitos que participaram de reuniões com o ministro da Educação, Milton Ribeiro, disseram que o pastor Arilton Moura, ligado ao "gabinete paralelo" no MEC, teria pedido propina para ajudá-los na liberação de recursos junto a pasta.

A denúncia veio à tona depois que o Jornal Folha de São Paulo revelou áudios em que o ministro da Educação, Milton Ribeiro, afirma que o governo federal prioriza prefeituras ligadas a dois pastores. Sem cargos, eles atuam em um esquema informal de obtenção de verbas do MEC. Segundo o ministro, essa é uma solicitação do presidente Jair Bolsonaro (PL). "Foi um pedido especial que o Presidente da República fez para mim sobre a questão do [pastor] Gilmar", diz o ministro em áudio.

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