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Após denúncia, funcionário é afastado da Saúde

Controlador fotografava mulheres no Pronto Socorro e compartilhava imagens por aplicativo

O Controlador de Acesso do Pronto Socorro Municipal de Américo Brasiliense, acusado de fotografar partes do corpo de pacientes da unidade e compartilhar as imagens em grupos de WhatsApp foi substituído das funções na última  quarta-feira (6), um dia após a denúncia ser publicada pelo Portal Morada.

Oficialmente, o caso foi denunciado ao Departamento Municipal de Saúde no dia 13 de dezembro por meio de um documento assinado por um grupo de funcionárias. A denúncia trazia trechos das mensagens enviadas pelo funcionário e fotos tiradas de pacientes com roupas curtas.

Na ocasião, a medida adotada pelo órgão foi transferi-lo para uma Unidade Básica de Saúde (UBS) que funciona em prédio anexo ao Pronto Socorro. Na prática, o acusado continuava tendo contato com pacientes e as demais funcionárias da Saúde.

 

Com a repercussão da denúncia, a Prefeitura de Américo cobrou que a empresa EMS Terceirizações, responsável pela contratação, adotasse as medidas cabíveis. A opção, então, foi afastar o funcionária da função. “Como a empresa não possui nenhum outro contrato com o Município, não sabemos o que será feito com esse funcionário da empresa EMS Terceirizações. O que afirmamos é que no Município de Américo Brasiliense não está trabalhando mais por essa empresa ou qualquer outra empresa que preste serviço público junto ao Município”, afirmou, por meio de nota, a Prefeitura de Américo.

 

Entenda o caso

Responsável pelo Controle de acesso no pronto socorro do Hospital Municipal José Nigro Neto, o funcionário teria fotografado mulheres, preferencialmente as de roupas curtas e justas aos corpos, e compartilhado essas imagens por meio do aplicativo WhatsApp.

A prática de compartilhar fotos sem autorização pode configurar assédio moral, além de ferir o Artigo 5º da Constituição Federal, que considera “invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurando o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”.

Em uma das fotos, uma silhueta feminino é compartilhada acompanhada pela frase “Segura aí o tamanho da …”. Em pelo menos outras duas imagens, é possível observar ao fundo a recepção do Pronto Socorro, o que eliminaria dúvidas sobre o local em que elas foram feitas.

 

Funcionário fala em retaliação e “infelicidade”

A reportagem do Portal Morada conseguiu contato com o acusado. Ele contou que desde que assumiu a função na portaria da unidade tem procurado defender a população. “Há funcionários no hospital achando que eu interfiro no trabalho deles. Acusam-me de passar tudo o que acontece no Pronto Socorro para o prefeito, o que não é verdade”, disse.

Questionado sobre as fotos, o funcionário reconheceu que esse material era compartilhado em um grupo de WhatsApp. “Eu estava num grupo e a gente compartilhava fotos. Uma foto fui eu que tirei. Foi uma falha, uma infelicidade minha. Isso já me prejudicou no meu trabalho e no meu casamento”, desabafa.

 

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