Araraquara encerrou o ano de 2018 com um saldo positivo de 296 vagas com carteira assinada, com um total de 26.890 admissões e 26.594 demissões. De acordo com levantamento do núcleo de economia do Sindicato do Comércio Varejista de Araraquara (Sincomercio), com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), o resultado só não foi melhor devido ao fechamento de 1.179 contratos no mês de dezembro, interrompendo uma série de seis meses de dados positivos.
Analisando a classificação por grandes categorias econômicas, os números mais expressivos são do setor de serviços, com 517 desligamentos, seguido pela indústria, com fechamento de 315 vagas formais.
Em relação ao resultado anual, após três anos de grande número de demissões em todos os setores da economia, o ano de 2018 registrou uma recuperação no saldo do emprego em Araraquara. O destaque positivo no período foi para o setor de serviços que, apesar de ter sofrido uma redução no mês de dezembro, encerrou o ano com saldo de 425 novos postos de trabalho. Para Délis Magalhães, economista do Sincomercio, o empreendedorismo, principalmente por necessidade, teve bastante influência sobre esse setor, uma vez que grande parte daqueles que ficaram desempregados iniciaram um negócio próprio como forma de garantir a renda no final do mês. “A expansão da atividade econômica no município também ajuda a explicar esse movimento, puxada principalmente pelos setores de serviços, comércio e construção civil”, afirma.
Educação
Considerando o grau de instrução da mão-de-obra local, os números demonstram um aumento na valorização dos profissionais com melhores níveis de escolaridade. Em relação ao total de empregados em 2017, o número de trabalhadores com grau de escolaridade até o ensino médio incompleto apresentou queda de 697 vagas em 2018. Já para aqueles que concluíram o ensino médio foram criadas 764 novas vagas em 2018, e para profissionais com nível superior o saldo também foi positivo, com 229 contratações.
Faixa etária
Pela análise em faixas etárias, observou-se o crescimento da contratação de profissionais com até 24 anos de idade, um total de 1.823 novos contratos em 2018. Já para aqueles com idade entre 25 e 49 anos houve uma redução de 558 postos de trabalho, e para empregados com 50 anos ou mais o cenário foi ainda pior, totalizando a perda de 969 postos no ano. O movimento observado em 2018 tem relação com a mudança, por parte dos empregadores, na preferência pela contratação de profissionais mais jovens, seja pelo menor grau de experiência no mercado de trabalho, que acaba reduzindo sua faixa salarial e também pela maior capacidade de adaptação dos mais jovens no aprendizado e no emprego de novas tecnologias constantemente introduzidas nos processos produtivos.
Gênero
Em relação ao gênero dos trabalhadores, o número de vagas ocupadas por mulheres sofreu redução em 2018, queda de 179 vagas, ao passo que 475 novos postos foram criados e ocupados pelos homens. Em comparação com o ano anterior, quando 1.251 mulheres perderam seus empregos com carteira assinada, o ano de 2018 registrou uma retração bem menos intensa, insuficiente, contudo, para gerar saldo positivo de contratações. “A melhora em 2018 em relação ao último ano tem relação com a ampliação de postos de trabalho nos setores de serviços e comércio, que tradicionalmente englobam a maior parcela da mão de obra feminina”, explica a economista.