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As belezas e encantos da Chapada do Araripe

Geoparque reúne atrativos naturais e culturais que dinamizam o turismo no Cariri cearense

Diferentemente dos Parques Nacionais, os Geoparques são territórios que podem ser habitados e a conservação, valorização e educação, tanto do patrimônio geológico como dos atrativos naturais e culturais, encontram-se a serviço do desenvolvimento sustentável. O turismo é um dos vetores de inclusão social e participação das comunidades nos benefícios econômicos gerados pelos geossítios. Tratam-se de áreas com grande biodiversidade e relevância histórica, cultural, geológica e paleontológica, que despertam o interesse científico e a visitação turística.

Alguns atrativos turísticos proporcionam memórias inesquecíveis ao viajante, mesmo não estando incluídos nas listas dos roteiros mais recomendados. É o caso do Geoparque Araripe, localizado na Chapada do Araripe, região do Cariri (CE), o primeiro da América Latina. No local, o turista conta com 9 sítios geológicos e paleontológicos com registros de milhões de anos, em 6 municípios do sul do Ceará: Batateiras (Crato), Pedra Cariri e Ponte de Pedra (Nova Olinda), Parque dos Pterossauros e Pontal de Santa Cruz (Santana do Cariri), Cachoeira de Missão Velha e Floresta Petrificada (Missão Velha), Riacho do Meio (Barbalha), e Colina do Horto (Juazeiro do Norte).

Com 3.441 km², e instalado na confluência dos sertões do Ceará, Pernambuco, Paraíba e Piauí, o Geoparque Araripe é o único representante brasileiro que integra a lista do Programa Internacional de Geociência e Geoparques (IGGP, sigla em inglês) da Unesco. O local preserva vestígios da presença humana há 30 mil anos. Museus como o de paleontologia de Santana do Cariri ajudam o visitante a entender a região antes e após a presença humana na terra.

Além da beleza singular, a Chapada do Araripe (lugar onde nasce o dia na língua dos cariris) e o Vale do Cariri formam uma das regiões de maior originalidade cultural do Brasil, com destaque para o folclore, a religiosidade, o artesanato e a gastronomia. Essas manifestações foram fortemente influenciadas pelo cangaço, banditismo rural, geralmente romantizado, da primeira metade do século passado e ainda presente na memória popular.

A figura política e religiosa do Padre Cícero, que protagonizou o “milagre da hóstia”, e as romarias de Juazeiro do Norte fazem do Cariri um dos principais destinos de turismo religioso do Brasil. O turismo ecológico é explorado em trilhas como Pontal da Cruz, Picoto, Belmonte, Serrano e Santo Sepulcro, além dos mirantes, nascentes, rios, cachoeiras e a exuberante fauna e flora dos parques municipais, estaduais e da Floresta Nacional do Araripe.

Conhecer e apreciar esse patrimônio diversificado e alternativo exigem espírito aventureiro e disposição para viajar de voltar ao tempo em que a América do Sul e a África formavam um só continente. Passado e presente caminham juntos, por exemplo, na Colina do Horto. O monumento geológico de 650 milhões de anos, na zona urbana de Juazeiro do Norte, reúne vários atrativos como a estátua do Padre Cícero, o Museu Vivo do Padre Cícero e a trilha do Santo Sepulcro, local onde o Padre Cícero pregava os princípios ecológicos de proteção da Caatinga.

A Colina do Horto é o atrativo mais visitado do Cariri, um formigueiro humano de cerca de 2,5 milhões de visitantes por ano. Uma caminhada de penitência, natureza e aventura que oferece visão panorâmica do Vale do Cariri e da Chapada do Araripe.

 

 

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