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Balanço aponta semestre com mais mortes e menos nascimentos

Cartórios de Araraquara registram 1º semestre com mais óbitos e menor crescimento vegetativo da história

A pandemia da Covid-19 vem causando um profundo impacto nas estatísticas vitais da população de Araraquara. Além das mais de 500 vítimas fatais atingidas pela doença na cidade, o novo coronavírus vem alterando a demografia de uma forma nunca vista desde o início da série histórica dos dados estatísticos dos Cartórios de Registro Civil em Araraquara, em 2003: nunca se morreu tanto e se nasceu tão pouco em um primeiro semestre como neste ano de 2021, resultando na menor diferença já vista entre nascimentos e óbitos nos primeiros seis meses do ano.

Os dados constam no Portal da Transparência do Registro Civil (https://transparencia.registrocivil.org.br/inicio), base de dados abastecida em tempo real pelos atos de nascimentos, casamentos e óbitos praticados pelos Cartórios de Registro Civil do País, administrada pela Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), cruzados com os dados históricos do estudo Estatísticas do Registro Civil, promovido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados dos próprios cartórios brasileiros.

Em números absolutos os Cartórios de Araraquara registraram 1.405 óbitos até o final do mês de junho. O número, que já é o maior da história em um primeiro semestre, é 61,6% maior que a média histórica de óbitos na cidade, e 52,5% maior que os ocorridos no ano passado, com a pandemia já instalada há quatro meses em Araraquara. Já com relação a 2019, ano anterior à chegada da pandemia, o aumento no número de mortes foi de 46,9%.

Com relação aos nascimentos, até o final do mês de junho foram registrados 1.431, número 0,9% maior que a média de nascidos na cidade desde 2003, e 4% maior que no ano passado. Com relação à 2019, ano anterior à chegada da pandemia, o número de nascimentos caiu 4,9% em Araraquara.

O resultado da equação entre o maior número de óbitos da série histórica em um primeiro semestre versus o menor número de nascimentos da série no mesmo período é o menor crescimento vegetativo da população em um semestre na cidade de Araraquara, aproximando-se, como nunca antes, o número de nascimentos do número de óbitos. A diferença entre nascimentos e óbitos que sempre esteve na média de 549 nascimentos a mais, caiu para apenas 26 em 2021, uma redução de 95,3% na variação em relação à média histórica. Em relação a 2020, a queda foi de 94,2%, e em relação a 2019 foi de 95,2%.

"Com o Portal da Transparência, podemos visualizar a real condição que a sociedade está passando, como o grande aumento no número de óbitos e a diminuição dos nascimentos", comentou Luis Carlos Vendramin Junior, presidente da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo (Arpen/SP). "Por meio da plataforma, o Poder Público pode fazer uma análise dos impactos da doença e trabalhar as políticas necessárias para atendimento à esta nova realidade populacional", concluiu.

Natalidade e Casamentos

Embora não seja a regra, a série histórica do Registro Civil demonstra que o aumento no número de casamentos está diretamente ligado ao aumento da taxa de natalidade em Araraquara, o que deve fazer com que os nascimentos ainda demorem um pouco a serem retomados, já que no primeiro semestre de 2021 a cidade registrou o sexto menor número de casamentos desde o início da série histórica em 2003.

Embora 16,2% menor que a média histórica de casamentos no primeiro semestre em Araraquara, o número de matrimônios em 2021 mostra uma recuperação em relação às celebrações do ano passado, fortemente impactadas pela chegada da pandemia que adiou cerimônias civis em virtude dos protocolos de higiene necessários à contenção da doença. Até junho deste ano os Cartórios celebraram 518 casamentos civis, número 0,8% menor que os 522 matrimônios realizados no ano passado, e 27,2% menor que os 712 casamentos celebrados em 2019.

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