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Bordado e resistência no Sesc Araraquara

Arpillera é o nome de uma técnica chilena de bordado, com inscrições abertas no Sesc

Originada durante a ditadura no Chile, a técnica denominada Arpillera era feita com retalhos e outros elementos, e foi a forma encontrada pelas mulheres de denunciar as violações dos direitos humanos, registrar as experiências da população marginalizada e desafiar o silêncio imposto pelo regime. De 19 a 21 de junho, a artesã Bianca Lanu estará no Sesc Araraquara para ensinar aos participantes sobre este tipo de arte. A oficina é gratuita e acontece das 19h às 21h30. As inscrições já estão disponíveis na Central de Atendimento da unidade.

A técnica possui raízes numa antiga tradição popular iniciada por um grupo de bordadeiras de Isla Negra, localizada no litoral central chileno. As arpilleras originais eram montadas em suporte de aniagem, pano rústico proveniente de sacos de farinha ou batatas, geralmente fabricados em cânhamo ou linho grosso. Toda a costura é feita à mão, utilizando agulhas e fios. Às vezes são adicionados fios de lã à mão e com crochê, para realçar os contornos das figuras. Normalmente o tamanho destas obras era determinado pela dimensão do saco. Uma vez consumido o seu conteúdo, ele era lavado e cortado em seis partes, possibilitando assim que o mesmo número de mulheres bordasse a sua própria história, a de sua família e de sua comunidade. A tela de fundo se chama arpillera, dando o nome a essa expressão artística popular.

Como forma de registrar a vida cotidiana das comunidades e de afirmar sua identidade, as oficinas de arpilleras não somente representaram a expressão dessa realidade como também se transformaram em fonte de sobrevivência em tempos adversos. Muitas arpilleras fazem referencia aos valores consolidados da comunidade e aos problemas políticos e sociais que enfrentam. Tornaram-se uma forma de comunicar ao mundo exterior, no país e fora dele, o que estava acontecendo, e ao mesmo tempo, uma forma de atividade cooperativa e fonte de renda.

Graças as arpilleras, muitas mulheres chilenas puderam denunciar e enfrentar a ditadura desde fins de 1973. Elas mostravam o que realmente estava acontecendo nas suas vidas, constituindo expressões de tenacidade e da força com que elas levavam adiante a luta pela verdade e pela justiça.

Serviço

Oficina Arpillera – Bordado Chileno

Dia: 19 a 21/6

Horário: 19h às 21h30

Local: Convivência Externa

Livre. Grátis. Vagas Limitadas.

Inscrições na Central de Atendimento.

 

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