Cerca de 50 mil mudas de árvores, mantidas no viveiro municipal, no Parque Pinheirinho, em Araraquara, morreram ou ficaram comprometidas pela falta de manutenção no local.
A área está tomada pelo mato, que cobriu boa parte das mudas. O sistema de irrigação também se deteriorou, o que provocou a morte das plantas. O estado de abandono é visível.
Antigos funcionários do setor alegam que, com a extinção da secretaria municipal do Meio Ambiente, o Daae – Departamento Autônomo de Água e Esgoto – assumiu a gestão ambiental no município, mas não deu continuidade ao projeto. Durante o tempo em que funcionou, o viveiro foi responsável pelo fornecimento de mudas para praças e áreas verdes do município, inclusive o reflorestamento de toda extensão do Ribeirão das Cruzes.
Pelo menos dois funcionários atuavam na manutenção da área. No final do ano passado, o Meio Ambiente deu início a um convênio com a Central de Penas Alternativas que possibilitaria o trabalho de cinco reeducandos do sistema prisional. O acordo não chegou a ser firmado.
Prefeitura alega atrasos em repasses do DNIT
Em nota, a Prefeitura de Araraquara informou que o replantio de 50 mil mudas no Parque Pinheirinho corresponde a um convênio estabelecido junto ao DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Trânsito) ainda no governo passado como compensação ambiental às obras do novo contorno ferroviário.
Segundo o Executivo, por problemas internos de aprovação de prestação de contas por parte do órgão federal, o recurso deixou de ser repassado à Prefeitura para pagamento da empresa que faz manutenção no local.
“Também, no governo passado, ocorreram problemas relativos às documentações internas que comprovavam a aplicação dos recursos. O caso foi, na gestão passada, gerou, inclusive, uma ação judicial. A atual administração, desde janeiro, vem buscando ajudar na solução desse impasse. Nesta quinta, dia 27, inclusive, foi feita uma audiência de conciliação e o DNIT, entre 10 e 15 dias, deve depositar a quantia de R$ 247.493,25 à Prefeitura para acertar notas pendentes do exercício passado. Com isso, por conta da construção dessa solução, estaremos retomando a manutenção do plantio”.
A Prefeitura nega que o local esteja em estado de abandono. “Durante esse período, o Daae (Departamento Autônomo de Água e Esgoto) fez reparações e manutenções básicas no local a fim de garantir segurança (evitar qualquer risco de incêndio)”, afirmou em nota. A reportagem do Portal Morada, no entanto, visitou o local nesta sexta-feira (28). A situação de abandono é visível.
Ainda segundo a Prefeitura, a manutenção dos viveiros deixou de ser realizada em janeiro de 2016 e que, portanto, não havia, quando a atual administração assumiu, condições de reativação. O Daae se propõe a construir um novo viveiro, mas, de acordo com análises técnicas, em outro local.
A reportagem não conseguiu contato com o DNIT até a publicação da matéria.