O ano de 2020 tem mostrado que será referência ao longo de nossa própria vida, ao mesmo tempo em que ficará lembrado para toda a História da humanidade. Permanecerá na memória por tantas dificuldades e novidades enfrentadas, também por muitos desafios que, nós brasileiros em particular, nos impomos pelas escolhas que fazemos, coletiva ou individualmente. Deverá ser o ano da retomada do país, com respeito democrático e institucional e espírito republicano.
Deveremos, ao mesmo tempo, olhar para o passado de forma crítica e com humildade, para compreender o que fizemos ou deixamos de fazer, para construir o futuro com responsabilidade e muita, mas muita fraternidade.
Deveremos lembrar tudo o que foi dito e feito, principalmente sobre a estrutura pública de Saúde e o papel que o Estado deve desempenhar na vida de toda nossa gente, cuidando de seu presente e seu futuro.
Deveremos nos indignar não só pelos milhares de mortos pela COVID-19, mas também pelos irmãos e irmãs que padecem de outras patologias, todos os dias e por mazelas sociais que se agravam por políticas inconsequentes, ou seja, aquelas que criamos, como a fome, as violências, o descaso e tantas outras.
Deveremos lembrar com amor e saudade daqueles que nos deixaram tão repentinamente, sejam conhecidos longínquos, sejam nossos familiares e amigos próximos, para que possamos, com muita coragem, impor a todos o respeito à coletividade.
Deveremos, a todo o momento, falar sobre quem realmente faz a roda da economia girar e a eles reconhecer de forma digna suas contribuições.
Deveremos lembrar nossa capacidade de nos solidarizar com as dificuldades diversas, pois vemos milhares de ações solidárias que buscam amenizar a dor dos problemas.
Deveremos ter inteligência, não a diplomada, mas aquela que tem a capacidade de conectar as informações, dados com as sabedorias, seja esta popular, da formação tradicional, das experiências do trabalho, do trabalhar e do viver.
Deveremos nos valorizar, valorizar nossas escolhas individuais, que marcam nossa trajetória enquanto pessoas, mas, ainda mais, aquelas ações e escolhas que afetam, para o bem, a vida de todos, as escolhas cidadãs.
Despeço-me deste espaço para encarar mais um desafio, além da sobrevivência ao novo coronavírus, um processo eleitoral. Portanto, nos encontraremos em outros espaços, mas deixo uma última mensagem por aqui: cuide-se, cuide e nunca se esqueça do papel da boa política, que é aquela feita para o bem comum.
Até breve…