O caso do motorista da prefeitura de Araraquara acusado de abusar sexualmente de uma jovem de 21 anos, deficiente auditiva e mental, chocou a opinião pública na semana passada.
O suposto abuso foi denunciado pela mãe da vítima, que usou um gravador camuflado na mochila da jovem para registrar o que ocorria no trajeto entre a casa da família, local em que o jovem subia no veículo dirigido pelo denunciado, e o ponto de desembarque. Segundo a mãe, a demora para que o veículo da secretaria da Saúde chegasse até a casa de outros passageiros é que despertou suspeita.
Segundo Meirilene de Castro Rodrigues, delegada titular da Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Araraquara, as provas apresentadas pela denunciante são bastante forte. “À princípio, por tudo que foi apurado, há fortes indícios de que o crime aconteceu e que já estava acontecendo há mais de um ano. Pelo relato da vítima e pelo o que a mãe apresentou na delegacia, acreditamos na vítima. O homem negou, mas se apresentou bastante nervoso”, afirma.
A delegada enviou o material (gravação) para ser analisado pela perícia. A vítima também já foi submetida ao exame de corpo de delito no Instituto Médico Legal de Araraquara. “Vamos nos apegar aos fatos, a gravação e ao laudo do exame de corpo de delito para apurar melhor. É um caso que choca, inclusive a polícia está chocada, por causa da condição da vítima. Não dá pra ouvir claramente (as gravações feitas pela mãe), vamos depender do laudo do Instituto de Criminalística”, completa.
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Denúncia pode ajudar em flagrantes
Ainda de acordo com a delegada, a orientação para os casos de suspeita de abuso é que a família procure a Polícia Civil. A partir da suspeita, a polícia pode criar as condições para que ocorra uma prisão em flagrante. “No caso de uma suspeita de abuso, orientamos a vir na delegacia e expor a situação para orientarmos a investigação. Nesse caso não foi possível prender porque o caso aconteceu no dia anterior. O relato da vítima diz que era frequente, poderíamos ter planejado uma prisão em flagrante. É sempre bom orientar a população, na dúvida é bom vir a delegacia”, explica.