A melhor forma de prevenir um suicídio é estar alerta em relação à mudança de comportamento da pessoa. A dica é do psicólogo da rede municipal de Saúde de Araraquara, Wanderson Diego Bramé, a respeito do tema 'Setembro Amarelo', de prevenção ao suicídio.
Segundo Bramé, que atende no Centro de Atenção Psicossocial (Caps 2), da Secretaria Municipal de Saúde, existem alguns sinais claros emitidos pela pessoa que está pensando em praticar o suicídio, como o isolamento ou o fato de deixar de fazer coisas que antes davam prazer.
Embora haja também uma minoria que decide se suicidar de um momento para o outro, sem emitir qualquer sinal, existem alguns fatores de risco, como transtornos mentais, situação de vulnerabilidade econômica ou problemas sociais e afetivos, que podem determinar o ato.
Para Bramé, o momento atual de crise econômica no Brasil, que provoca desempregos e diminui a qualidade de vida das pessoas, também pode ser um fator de risco.
O psicólogo ressaltou ser importante a participação da comunidade no processo de combate às causas de suicídios. "Falar em suicídio é falar sobre saúde mental. Por isso, outra pessoa deve ouvir aquela que está deprimida. E é mais ouvir do que falar, sem nunca julgá-la", enfatizou, Bramé.
Conscientização
Para a pessoa que necessita de ajuda, mas não assume que precisa, o psicólogo ressalta ser necessário um trabalho de conscientização e de uma ação enérgica de algum familiar mais próximo. "Essa pessoa mais próxima é quem deve procurar pelos serviços oferecidos pelo município e convencer a pessoa a buscar pelo tratamento", acrescentou.
No Caps 2 e em toda rede de Saúde do município, incluindo o Espaço Crescer e o Centro da Juventude, existem profissionais capacitados para receber essas pessoas, inclusive as UPAs.
Estatísticas
Conforme dados divulgados pela grande imprensa, atualmente uma pessoa se mata a cada 40 segundos no mundo, resultando em um milhão de suicídios por ano. No Brasil, são registrados diariamente 32 casos de suicídio.
E segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), de cada dez mortes por suicídio, nove poderiam ser evitadas se houvesse algum tipo de prevenção.
Também existem algumas diferenças entre gêneros sobre tentativas ou consumação do suicídio. A diferença maior é que as mulheres tentam mais vezes, mas são os homens que concretizam mais o ato porque vão até o fim na decisão.