Lançado em 2017, “Só vou chegar mais tarde” é o oitavo álbum solo do cantor e compositor Edvaldo Santana, que lança mão de ideias que potencializam a mistura entre as músicas africana, europeia, latina e brasileira, com sutileza e sensibilidade. O Sesc Araraquara apresenta o show deste novo trabalho, nesta sexta-feira (11), às 20 horas, com entrada franca.
No disco, as peculiaridades do artista paulistano como fusões de ritmos, gêneros e sotaques estão mais acentuadas. Ora remetem ao jazz e ao blues do começo do século passado, ao samba bossa dos anos 50, ora aos charmes latinos do bolero e do reggae incorporado numa atitude rock and roll do final dos anos 60. As letras trafegam pelo cotidiano urbano, pelos conflitos sociais, pela diversidade dos nossos costumes e sentimentos.
Piano e naipe de metais abrem o Cd, incorporados pelo pulso do baixo e pela precisão da bateria, na condução pós rockabilly da música “40”, que tem uma letra autobiográfica, onde parte da trajetória do artista é cantada em versos que sugerem a obra e suas influências. “Só vou chegar mais tarde”, canção que dá título ao disco, é costurada pela condução da caixa e pelo solo de violão country e apresenta uma sonoridade que remete ao dixieland – gênero criado por africanos e europeus – que traz ecos decisivos e revigorados no cordel melódico nordestino repentista.
Os temas sociais são evidenciados em canções como ”Domínio” e "O Retorno do Cangaço", faixa mais experimental do álbum. Jazz e blues aparecem em músicas como "Fazendo pra Aprender” e “Arte Depura", realçados por instrumentações diferentes, enquanto uma é conduzida por piano, baixo e trompete a outra é levada pelo suingue das congas, harmonizadas por banjo, cavaquinho e gaita. A latinidade e o samba estão sempre presentes na obra de Edvaldo. A faixa “Ando Livre”, bolero conduzido por violão e sanfona, conta com a participação especial da cantora Rita Benneditto, que canta o Brasil do cerrado da caatinga."Dom" homenageia Sócrates, ídolo de ideias libertárias no futebol, e “Gelo no Joelho”, composta em parceria com Luiz Waack, é uma crônica bem humorada sobre a atividade futebolística, com arranjo de metais como nas orquestras de gafieira. Com a participação especial da cantora Alzira Espíndola, "Cabeça na Mesa" mostra sua cara com suas guitarras pesadas, no groove comandado pelo baixo e violão com pedal.
Os artistas Rita Benneditto, Alzira Espíndola, Antonio Bombarda, Bene Chiréia, Claudio Faria, Ubaldo Versolato, Carneiro Sândalo, Adriano Magoo, Daniel Szafran, Kuki Stolarski, participam do disco, além da base formada por Reinaldo Chulapa, Luiz Waack, Leandro Paccagnella, Ricardo Garcia. O álbum traz como bônus uma parceria de Edvaldo com Augusto de Campos, numa tradução do poeta provençal do século XII,Guillaume de Poitiers, numa execução primorosa de dois violões.
Serviço:
Show Edvaldo Santana – Só vou chegar mais tarde
Dia:11/8, sexta
Horário: 20h
Local: Garimpo
Classificação: Livre
Grátis