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Eleições: aqui e acolá

As eleições de 2016 já reflete o esgotamento da polarização PT x PSDB vigente na política brasileira nas últimas décadas. Em Araraquara, como isso se reflete?

No próximo dia 16 de agosto, as
eleições, enfim, começam pra valer. O termo “pré-campanha” usado até
agora pode ter adequado as ações dos candidatos à legislação eleitoral,
mas não impediu que as candidaturas ganhassem espaço e tomasse corpo nas
ruas – umas mais discretamente, outras nem tanto. O fato é que a
largada já foi dada há muito tempo.

O cenário político brasileiro
gerou efeitos imediatos nas disputas municipais.  Com o cambaleante
projeto petista e a oposição tucana sufocada pela ânsia do PMDB, a
polarização PT x PSDB pode ter chegado ao fim. Ainda é possível que um
entre os dois partidos reassumam a presidência em 2018, mas a
fragmentação política permitirá um número maior de candidaturas.

A
capital paulista é exemplo claro dessa nova dinâmica. Russomano, Marta,
Haddad, João Dória e Erundina: numa eleição de tiro curto, com 45 dias
propriamente de campanha, qualquer um pode assegurar vaga no segundo
turno.

Se parece bom para a democracia mais opções para votar,
ruim para quem vencer as eleições: em nome da governabilidade, quem era
adversário nas eleições, será obrigado a angariar apoios sob lógicas
obscuras, baseada em acordos espúrios e concessão de pedaços da máquina
pública.

Em Araraquara, a história se repete. Depois de oito anos
de Edinho Silva, sucedidos por mais oito de Barbieri, o cenário
político se pulverizou: seis candidaturas foram oficializadas.

O
número de candidatos nessas eleições é o mesmo de 2008, mas o contexto
político nos remete a outras eleições. 1988 é a primeira referência,
pois foi o ano com sete candidaturas. De Santi levou a melhor e se
elegeu pela segunda vez, numa disputa apertada contra Massafera, que
teve cinco mil votos a menos e também se tornaria prefeito quatro anos
depois. Além dos dois, icônicos da política local, disputaram aquele
pleito João Bosco Faria, o primeiro candidato petista de Araraquara,
Waldemar Safioti, Roberto Alves Cintrão, João Simão e Joel Aranha – os
três últimos com votações insignificantes.

A segunda referência é
a eleição de 2000, que elevou Edinho Silva ao posto de prefeito e
projetou a carreira política do militante e vereador à condição de uma
das principais lideranças do PT no estado de São Paulo. Há 16 anos,
Araraquara assistiu a uma das mais acirradas disputas políticas, com
Barbieri, Massafera e Coca Ferraz, além da candidatura do professor
Daury Speranza. É possível dizer que Edinho chegou lá pela divisão dos
votos considerados mais “conservadores” entre os demais concorrentes.

O
que favoreceu o petista lá atrás, pode favorecê-lo novamente. Edinho
Silva, que venceu a corrida eleitoral em 2000 na condição de azarão,
agora tem pinta de favorito. Segundo todas as sondagens feitas até o
momento, é o candidato a ser batido, apesar da Lava Jato, que assombra
sua candidatura.

Terá a atual multiplicação de candidatos força
suficiente para provocar um resultado imprevisível? O ciclo PT x PMDB
também chegou ao esgotamento? PSDB, PSB e PRB têm força para se erguer
uma nova frente?

Deixo isso para uma postagem  futura.

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