Parte desse grupo ocupou temporariamente uma área que fica entre os trilhos e a pista que liga o distrito ao município de Matão. Há cerca de duas semanas, algumas famílias voltaram a ocupar lotes no assentamento. Porém uma nova ordem judicial determinou a desocupação do local. O prazo havia expirado na última sexta-feira (21), mas muitas famílias ainda não tinham par aonde ir.
Por causa disso, membros da Defensoria Pública, Polícia Militar e o Juiz que acompanhou o caso se mobilizaram junto a Prefeitura de Araraquara e, a partir desse esforço conjunto, alojou aproximadamente 30 pessoas no antigo Clube Estrela, em Araraquara, por tempo pré-determinado.
A prefeitura de Araraquara confirma que acolheu 15 famílias e que elas estão recebendo todo o apoio necessário das secretarias de Assistência e Desenvolvimento Social, Educação, Saúde, entre outros setores da Administração.
"Essas famílias são advindas do Acampamento Novo Horizonte, que estavam na divisa de Araraquara e Matão. No meio dessas ordens judiciais, a antiga liderança deixou o grupo, permitindo que a Prefeitura e a Defensoria Pública pudessem construir com o grupo uma saída do local sem que houvesse uma intervenção policial e de oficiais de justiça.”
"Estamos dando suporte naquilo que é necessário: alimentação, questões de higiene pessoal, limpeza. Todas essas questões, a Prefeitura está proporcionando. Mas, são sempre bem-vindas as doações, já que são famílias que vêm de uma condição de vulnerabilidade. Roupas de cama, toalhas, roupas de banho, enfim, aquilo que a sociedade puder colaborar", afirma a secretária de Assistência e Desenvolvimento Social, Jacqueline Barbosa.
De acordo com a secretária, são 33 pessoas que estão no Estrela, sendo cinco crianças regularmente matriculadas na rede municipal de ensino. A Prefeitura está se mobilizando para que elas continuem frequentando normalmente a escola durante esse período.
Marcos Torres, de 47 anos, um dos representantes das famílias que estão acampadas disse: "O pessoal da Assistência Social está aqui o dia todo. Graças a Deus, estamos muito bem. A Prefeitura trouxe fogão, botijão de gás, está preocupada com alguma coisa que esteja faltando. A Prefeitura se propôs a nos ajudar e fomos muito bem acolhidos.”
Para Marcos, a luta por uma terra para plantar e morar continua. "Vamos correr atrás da Justiça e tentar arrumar um lugar para a gente ficar. Isso, um dia, vai acontecer. A gente não vai desistir. A gente está aqui, mas está pensando na nossa terra."