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Especialista fala sobre timidez e socialização

Professora de Psicologia  afirma que timidez não é sinônimo de problema

Você conhece alguém que tenha determinado talento ou uma veia artística, por exemplo, mas que seja tímido demais para se expor? A professora do curso de Psicologia da Universidade de Araraquara – Uniara, Gabriela de Sá Leite Chakur, fala sobre como lidar com essa situação e sugere a socialização para tentar mudar esse quadro, embora ressalte que "timidez não é sinônimo de problema".

"Estamos diante de situações contraditórias: de um lado, uma ocupação – o artista -, que se caracteriza por uma exposição, e do outro, o tímido que, justamente, procura o contrário, ou seja, evita se expor. Não é raro encontrarmos tímidos que procuram cursos de teatro, por exemplo, como forma de desenvolverem ou descobrirem 'seus talentos' e trabalharem sua timidez, confiança e segurança, capacidade de expressão etc", comenta a docente.

Ela aponta que, quando o tímido se apresenta muito frágil à rejeição (do outro), "é provável que evite se expor, levando-o à frustração ou à possibilidade de desencadear outros transtornos, o que levaria à necessidade de apoio profissional".

É possível que a timidez ocorra com maior frequência na adolescência e a partir de seis ou sete anos, de acordo com a docente, pois, segundo ela, em geral, é "o período no qual a criança amplia seu contato com regras sociais – escolarização -, diferentes das de sua casa, por exemplo". "Na adolescência, a timidez pode se intensificar em virtude de vários fatores como, por exemplo, a insegurança, as mudanças corporais que podem afetar a autoestima etc. Nessa fase, os adolescentes costumam procurar grupos com os quais se identifiquem. É comum que os mais tímidos se sintam deslocados, às vezes", explica.

Gabriela aponta ainda que, em diferentes situações, a socialização pode estar comprometida por conta da dificuldade de exposição. "Atividades que promovam a socialização podem ajudar nesse aspecto. Por exemplo, teatro e esportes coletivos são mais interessantes que jogar xadrez. É importante, no entanto, lembrar que cada pessoa é única e busca seu jeito de estar no mundo, e que timidez não é sinônimo de problema", finaliza.

 

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