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Ferroviária: Presidente do Conselho detalha novo investidor

Juninho se mostra animado e assegura que não existe risco de a Ferroviária deixar Araraquara

A notícia de que um grande investidor do futebol estaria em negociação para comprar parte das ações da Ferroviária chamou a atenção de torcedores, que se dividiram com sentimentos de euforia e preocupação. A notícia foi lançada em primeira mão pelo repórter Rodrigo Viana durante o programa 'Bem Bolado', da Rádio Morada na noite de terça-feira (5).

Nesta quarta (6), Viana relevou que o empresário Saul Klein, das Casas Bahia, seria o nome forte do grupo que estaria chegando em Araraquara. A informação ainda dá conta de que ele traz junto o mega empresário Giuliano Bertolucci, agente brasileiro que tem se notabilizado cada vez mais como um dos mais renomados do futebol mundial, além do supervisor Júlio Taham e o CEO Marcelo Teixeira.

Nesta quarta (6), a equipe dos Campeões da Bola da Rádio Cultura ouviu o presidente do Conselho Deliberativo da Ferroviária, Welson Alves Ferreira Júnior, o Juninho, que revelou detalhes sobre a nova parceria.

Segundo ele, nesta quarta-feira foi realizada uma reunião em Araraquara, onde foram esclarecidas as pretensões do grupo investidor. A informação inicial de que o grupo compraria mais de 50% das ações não se confirma. O maior intuito, no entanto, estaria na revelação de talentos para o futebol brasileiro.

Juninho se mostrou animado com a possibilidade de fechar a parceria. “A Know How, que é detentora de 49% das ações da S/A, está passando suas ações para outro grupo de investidores. Esse grupo está vindo para investir pesado na Ferroviária. É um grupo muito sério e será realmente um presentão para a Ferroviária. Esse grupo visa fazer um trabalho com meninos desde os 10, 11, 12 anos, que é o foco deles, para poder captar atletas e ter condições de mantê-los em condições de igualdade com grandes clubes. Sabemos que quando um atleta dessa idade começa a se destacar, ele vai sofrer assédio de times maiores e fica difícil, quebra o elo de ligação. E quando esse menino já tem 16, 17 anos, e é um craque, um jogador que realmente trará dividendos para a empresa, ele quer jogar no time profissional e às vezes é difícil. Então esse grupo quer participar dos direitos econômicos do jogador para negociar na Europa e tudo mais. Esse é o interesse dessa empresa, que vai investir forte nas categorias de base da Ferroviária e isso fortalece o projeto Ferroviária S/A”, explicou.

O presidente do conselho, que por muitos anos foi também presidente da Ferroviária S/A, salientou que ainda não tem nada assinado e que o projeto passará por discussões antes de ter ou não a aprovação do Conselho. “É um grupo novo. A imprensa vai saber e será feito um documento para apresentar esse grupo à cidade. Como presidente do Conselho, fui convidado para participar de uma reunião com eles e deixaram uma impressão muito boa para nós. É um grupo sério, que vem para ajudar muito a Ferroviária nesse projeto de manter o clube. Sabemos que futebol é difícil. Em um ano se vende um jogador por um milhão de reais, mas o déficit é de três milhões. Todo ano se aumenta esse déficit e chega uma hora que fica insustentável. Se você tem um parceiro forte que vai bancar isso, dá um fôlego para o clube manter seu projeto”, acrescentou.

Juninho conta que o grupo investidor é responsável por empresariar seis atletas da Seleção Brasileira e é envolvido em várias transações do futebol europeu, porém ele faz questão de destacar que o investimento ainda não é motivo para euforia por parte da torcida. “Não tem nenhuma loucura e a Ferroviária não vai ser o primo rico do Interior, de forma alguma. É um grupo totalmente sério e a cada real investido vai querer cobranças, mas vai dar um pouco de folga para a diretoria e pelo menos o clube terá de onde tirar um pouco mais de dinheiro para buscar um jogador”, justificou.

O presidente do Conselho também assegurou que não existe a possibilidade de a Ferroviária deixar Araraquara. “É uma empresa fechada, mas pelo estatuto da S/A, nenhum acionista pode ter mais de 49% das ações totais. Isso garante que a Ferroviária seja um clube da cidade, que nunca sairá da cidade. Você vê o modelo que foi feito no Bragantino e nada impede que daqui a dois anos o Bragantino saia de Bragança. Isso nunca acontecerá com a Ferroviária. Esse grupo que vem não tem nenhum interesse político ou de gestor, mas vem com interesse financeiro mesmo”, explanou.

Uma vantagem da nova parceria é a possibilidade de acertar contratos que possibilitem segurar os atletas para a Série D do Brasileiro após a disputa do estadual. “O trabalho do ano que vem já começa com a contratação de jogadores que disputarão o Paulistão e já vão ter contrato para  a Série D do Brasileiro, coisa que a Ferroviária não vinha tendo condições de fazer. Acabava  a verba da televisão e da Federação Paulista, o clube ficava sem receita, tinha que desmontar o time e começar um trabalho novo para a Série D. Mas tudo vem com trabalho, pois sabemos que o futebol não é uma equação exata”, contou.

O dirigente destacou também o prazo do planejamento. “É um projeto que será de cinco a sete anos. Então precisa que a cidade, a diretoria e todos falem a mesma língua. Não pode ter uma divisão política dentro do clube, tem que ter uma harmonia, porque o projeto é longo, para poder revelar e quem sabe em cinco anos levar a Ferroviária à Série B do Campeonato Brasileiro”, concluiu Juninho.

 

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