Espetáculos, performances, ocupação, ações formativas, oficinas, residência artística e festa de confraternização – é com uma programação diversificada que o Festival Internacional de Dança de Araraquara chega a sua 18ª edição este ano, com atividades de 15 a 23 de setembro, numa realização da Secretaria Municipal da Cultura e Fundart, em parceria com o Sesc Araraquara, e com toda a programação gratuita.
Arte e política fundem-se nessa 18ª edição do festival, sob o tema "Dança Protagonista, Contra-Hegemônica e em Diálogos Sul-Sul". A artista da Dança, Gilsamara Moura – docente e pesquisadora dos Programas de Pós-Graduação em Artes Cênicas e em Dança da Universidade Federal da Bahia (UFBA) – assina a curadoria do festival e reafirma seu posicionamento em defesa das políticas públicas de Cultura. "O festival irá contribuir para entendimentos de corpo que não sejam dominados e capturados pelas lógicas perversas do controle e do poder".
Internacional
Gilsamara conta que esta edição terá a dança estreitando laços entre Brasil e Paraguai – entre outros. O Paraguai vem representado pelas companhias Ser o No Ser, e Intermitente, além da bailarina Alejandra Diaz.
No dia 19, a Cia. Ser o No Ser apresenta o espetáculo "Ser o no ser Mea Culpa", às 20h30, na Escola Municipal de Dança Iracema Nogueira (EMD). Na escola, no dia 20, o grupo realiza uma Oficina de Teatro LGBTTQAI, das 14 às 16 horas.
Já a Cia. Intermitente comanda, na EMD, duas oficinas no dia 21: a Oficina Dança Contemporânea pelo Olhar Guarani, às 14 horas; e a Oficina de Contação de Histórias pelo Olhar Guarani, com Laura Ferreira, às 17 horas. O grupo realiza o encerramento do festival, no dia 23, com o espetáculo "Donde el Sueno Vive", às 20 horas, no Teatro Wallace Leal.
A bailarina paraguaia Alejandra Diaz realiza um bate-papo com os bailarinos da cidade no último dia do festival, dia 23, na EMD, abordando o tema "Uma vida dedicada ao balé clássico" – será às 17 horas.
A França também estará representada no festival: a Cia. À Fleur de Peau abre a programação no dia 15, com a apresentação do espetáculo "Au-delà du temps", às 20 horas, no teatro do Sesc Araraquara. No dia 16, os atores-bailarinos da Fleur de Peau ministramOficina de Dança-Teatro, das 9 às 13 horas, na Academia Art Dance.
Além das atrações internacionais, muitos artistas brasileiros – de diversas regiões do país – integram a programação, que também irá provocar debates acerca de arte e educação. "O festival vai pautar a dança em questões caras ao mundo e, acima de tudo, fará a dança promover liberdade e amor, indo contra a onda conservadorista e retrógrada que assola o mundo contemporâneo", dispara a bailarina.
Cursos e oficinas
Os três eixos que nortearam o festival o ano passado continuam este ano, e ganham um reforço: o quarto eixo – o "Sem Eixo", composto por Sessão Maldita, performances, literatura, encontros e baile. Para relembrar: o Eixo Aracoara apresenta ações formativas para docentes; já o Eixo Morada do Sol traz oportunidades de oficinas de dança para os bailarinos, enquanto o Buraco de Arara contempla a mostra de espetáculos.
O Eixo Aracoara vem composto por quatro cursos para docentes, além da oficina de Cia. À Fleur de Peau e da oficina de Dança Poética de Ossain (esta última será ministrada em Américo Brasiliense no dia 22, às 9 horas). Os cursos para docentes serão realizados no CEAR e apresentam: "Dança Poética de Ossain", com Marilza Oliveira (dias 17 e 18, às 9 horas), "Acessibilidade e Políticas Públicas", com Edu Ó (dias 19 e 20, às 9 horas), "Dança, gênero e diversidade", com Lulu Pugliese e Lucas Valentim (dias 21 e 22, às 9 horas), e "Cultura Popular Brasileira e currículo", com Denny Neves (dia 23, às 10 horas).
Já no Eixo Morada do Sol, os bailarinos da cidade podem aproveitar as oficinas: "Dança Popular", com o grupo Raízes do Nordeste, do Piauí (dias 18 e 19, às 14 horas, na EMD), "Dança da Poética e Ossain", com Marilza Oliveira (dia 20, 16 horas, na EMD), "Dança Contemporânea pelo Olhar Guarani", com Cia. Intermitente (dia 21, 14 horas, EMD), "Dança, acessibilidade e políticas públicas", com Eduardo Ó (dia 21, 16 horas, EMD), "Contação de Histórias pelo Olhar Guarani", com Laura Ferreira (dia 21, 17 horas, EMD), além da oficina de teatro LGBTTQAI, com a Cia. Ser o No Ser (dia 20, 14 horas, EMD).
A capoeira também tem espaço no festival: no dia 22 serão realizadas: às 9h, na EMD, vivências de capoeira; à tarde, às 14 horas, no Lar e Internato Otoniel de Camargo, acontece o batizado e a troca de cordas.
Espetáculos
Além dos espetáculos internacionais já citados, o Eixo Buraco de Arara apresenta diversas outras atrações. Os bailarinos do Núcleo de Dança Contemporânea da EMD são atração no dia 16, às 19 horas, na própria EMD, com o espetáculo "Latinomaérica", seguidos pelo lançamento de livros sobre dança e a performance de abertura do livro objeto "Canteiro de obras", de Ivanise de Carlo (São Paulo), às 20 horas. Na manhã do dia 16, às 11h30, no Sesc Araraquara, a Cia. Lagartixa na Janela apresenta o espetáculo "Varal de Nuvens", enquanto Vita Pereira apresenta a performance "TransVIVA" na EMD (dia 19, 21h30).
O Teatro Wallace Leal recebe "Odete, traga seus mortos", com Edu Ó e Lucas Valentim (Bahia), no dia 20, às 20 horas; além do espetáculo "Berra Boi", com Raízes do Nordeste (dia 21, às 20h30).
A programação apresenta ainda: a instalação "Biju", com Luas Valentim (Bahia), no viaduto da Via Expressa (em baixo do Terminal de Integração), às 17 horas do dia 21; e no teatro do Sesc Araraquara, no dia 22, tem ainda os espetáculos: "Hapo (Raízes)", com a Cia. Intermitente (Paraguai), às 20 horas; seguido por "Braseiros e Canaviais", com Denny Neves (Bahia), às 20h30.
O encerramento do Buraco de Arara terá a participação de bailarinos da cidade, na Mostra das Academias de Dança – será às 17 horas na EMD. Ainda, vale ressaltar a mini-residência artística que será efetuada com o Núcleo de Dança da EMD, ministrada por Lulu Pugliese e Lucas Valentim, de 18 a 21, na EMD.
Sem Eixo
O mais novo eixo do festival, o "Sem Eixo", chega para integrar bailarinos, público, organização e comunidade em geral. Neste circuito estão as performances, a literatura, os encontros, um baile e a sempre aguardada Sessão Maldita.
A Sessão Maldita chega com duas apresentações, sendo a primeira no dia 21, às 22 horas, na Quadra da Casa da Cultura, com o espetáculo "The Hot 10%", uma criação de Douglas Emilio (São Paulo). Logo após, às 22h30, o Núcleo de Dança da EMD Iracema Nogueira apresenta o resultado da residência artística com os artistas Lulu Pugliese, Lucas Valentim.
No dia 22, a Sessão Maldita acontece no Teatro Wallace Leal, às 22 horas, com a Cia. Experimental, de Pernambuco, apresentando o espetáculo "Breguetu".
No dia do encerramento, dia 23, além da Mostra das Academias, também haverá a apresentação do espetáculo "Donde El Sueno Vive", com a Cia. Intermitente, no Teatro Wallace Leal, às 20 horas. O Baile da Maioridade fecha a programação com festa na Quadra da Casa da Cultura, com previsão de início às 20h30, em uma produção da Festa Tocaya para encontros e despedidas dos participantes do festival. DJ Jônatas Micheletti, comes e bebes, e a animação perspicaz dos bailarinos e suas performances comandam a atividade.
Toda a programação é gratuita e pode ser acompanhada nas "Notícias" do site da Prefeitura de Araraquara, assim como na página do evento criada no Facebook. Nestes espaços serão divulgadas mais informações sobre os espetáculos e cursos, assim como sobre a distribuição dos ingressos e inscrições para cursos e oficinas.