Desde fevereiro deste ano, com um projeto pioneiro na região de Araraquara, a Maternidade Gota de Leite iniciou a distribuição de polvos feitos de crochê para bebês recém-nascidos, prematuros ou não. A Gota de Leite registra, em média, 200 nascimentos por mês em Araraquara, a maioria através de partos normais.
Segundo a coordenadora médica da UTI Neonatal da Gota de Leite, Rosana Smirne de Mattos, o projeto criado em 2013 na Dinamarca visa auxiliar neurologicamente bebês que nascem de forma prematura. "Os tentáculos do polvo de crochê remetem o bebê para o útero materno porque se assemelham ao cordão umbilical. Percebemos que realmente o bebê fica mais tranquilo com o polvo", explica a médica.
Rosana diz que se interessou pelo assunto logo que viu, pela internet, a implantação do projeto na Dinamarca. Com o auxílio de outras pessoas confeccionou os primeiros polvos e iniciou a distribuição na Gota.
Ela acrescenta que todo recém-nascido na maternidade, incluindo os prematuros, recebem um polvo de crochê, da mesma forma que os bebês internados na UTI, e que todas as mães levam o produto para casa após a alta.
A coordenadora médica da UTI Neonatal acrescenta que os polvos de crochê são confeccionados e doados por voluntárias da maternidade e por outras pessoas que conheceram o projeto pelo facebook e também doam esses produtos aos bebês.
Pioneirismo
"Na região de Araraquara, fomos pioneiros na implantação desse programa. Inclusive, eu enviei um polvo como amostra para o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto", ressalta a médica.
Ainda segundo Rosana Smirne, apesar de considerar que o polvo é uma boa iniciativa, é preciso incentivar a instalação do projeto federal Mãe Canguru, "muito importante na recuperação de prematuros".