O Governo de São Paulo realizou, nesta segunda-feira (11), a primeira reunião do Conselho Municipalista, criado com objetivo de pactuar as futuras decisões de flexibilização da quarentena e retomada da economia no Estado após a pandemia do coronavírus. O grupo é composto pelo Governador João Doria, secretários estaduais e prefeitos de cidades-sede das 15 regiões administrativas do Estado. Os chefes dos executivos municipais receberam informações estatísticas sobre a pandemia em todo Estado e a importância de manter as ações de isolamento social nos municípios.
“O Plano São Paulo será atualizado constantemente, com a ajuda de vocês, e todas as nossas decisões estarão amparadas nas avaliações e decisões da Saúde. O programa de quarentena do Estado de São Paulo recebeu elogios de cientistas, especialistas, professores e estudiosos brasileiros e internacionais. Isso nos serve de indicativo de que estamos no bom caminho. Não há nada que não possa ser melhorado ou aperfeiçoado, mas estamos no caminho certo”, destacou o governador.
Participaram do evento os prefeitos de Araçatuba, Araraquara, Barretos, Bauru, Campinas, Franca, Marília, Presidente Prudente, Registro, Ribeirão Preto, Santos, São José dos Campos, São José do Rio Preto e Sorocaba, além de representante da Prefeitura da Capital. Eles receberam dados técnicos sobre o cenário geral de isolamento social e aceleração do contágio do coronavírus, incluindo registros de infecções e óbitos, em todo Estado.
Os números foram apresentados pelo secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi. Ele destacou que o coronavírus estava restrito à Região Metropolitana de São Paulo até meados de março. Em menos de 45 dias, a doença avançou pelo interior e litoral e chegou a todas as regiões administrativas do Estado. Em 17 de março somente nove cidades da RMSP tinham casos e apenas a Capital registrava óbitos. Hoje, a doença está em todo território paulista com casos registrados em 414 municípios (64% das 645 cidades do Estado).
O levantamento da SDR aponta ainda que o contágio cresce proporcionalmente a um ritmo quatro vezes mais rápido no interior e litoral do que na Região Metropolitana de São Paulo. Entre os dias 1º e 30 de abril, o número de casos registrados cresceu 3.302% no Interior (de 129 casos para 4.389), enquanto que na RMSP o crescimento foi de 770% (de 2.793 para 24.309). Dados atualizados indicam que a taxa de ocupação de leitos na capital e demais cidade da RMSP é de 89,6%. Já no Estado, o índice hoje é de 68,2%.
Flexibilização
O início da retomada das atividades econômicas será norteado pelo Plano São Paulo, cuja construção tem levado em conta o diálogo permanente com setor econômico, sociedade civil e municípios como por exemplo Araraquara. Os requisitos para a flexibilização da quarentena vão se basear em critérios técnicos, que incluem, como fatores principais, a redução sustentada dos números de novos casos de infecção pelo coronavírus e a manutenção da taxa de ocupação dos leitos de UTI em patamar inferior a 60%. As medidas são semelhantes às já adotadas por países como, por exemplo, Estados Unidos, Alemanha, Áustria e China.