O mundo da música perdeu uma de suas maiores lendas. Ozzy Osbourne, vocalista histórico do Black Sabbath e figura central na criação do heavy metal, morreu aos 76 anos. A morte do artista foi confirmada por sua família nesta terça-feira (22), apenas algumas semanas após ele realizar seu último show ao lado do Black Sabbath, em um evento emocionante na cidade natal, Birmingham, que marcou sua despedida dos palcos.
“É com mais tristeza do que meras palavras podem expressar que precisamos informar que nosso amado Ozzy faleceu esta manhã. Ele estava cercado de amor e da família”, diz a nota divulgada por Sharon Osbourne e os filhos do cantor. A família também pediu privacidade neste momento de luto.
Ozzy enfrentava sérios problemas de saúde nos últimos anos, incluindo complicações decorrentes do mal de Parkinson e uma queda em 2019 que agravou seu quadro clínico. Mesmo debilitado, insistiu em se despedir dos fãs de maneira grandiosa, com uma performance considerada heróica por muitos.
Nascido em 1948, em Birmingham, John Michael Osbourne – nome de batismo do astro – teve uma infância difícil e trabalhou em empregos inusitados, como afinador de buzinas e auxiliar em necrotério. Após alguns problemas com a justiça, encontrou na música sua redenção. Aos 20 anos, fundou uma banda que mais tarde seria rebatizada de Black Sabbath, nome inspirado em um filme de terror. Com clássicos como Paranoid, War Pigs e Sabbath Bloody Sabbath, o grupo fundou as bases do heavy metal e elevou Ozzy ao status de lenda.
Depois de sair do Black Sabbath em 1978, Ozzy seguiu carreira solo com enorme sucesso. Canções como Crazy Train e Mr. Crowley consolidaram sua figura icônica, marcada pelo visual excêntrico e pelas polêmicas, como o episódio em que mordeu a cabeça de um morcego achando que era de brinquedo. Seu comportamento no palco, embora controverso, sempre foi tratado por ele como teatral: “É só entretenimento, como o carnaval”, disse certa vez ao ser questionado sobre temas ocultistas em sua imagem pública.
A vida pessoal do cantor também foi marcada por altos e baixos. Enfrentou acusações judiciais, lutas contra o alcoolismo e até um episódio em que foi preso por tentar estrangular a esposa Sharon durante uma crise. Mesmo assim, o casal permaneceu junto por décadas, se reconciliando após breves separações.
Ozzy ainda protagonizou um dos primeiros reality shows familiares de sucesso na TV, The Osbournes, exibido entre 2002 e 2005, e lançou sua autobiografia Eu Sou Ozzy. Em 1996, criou o Ozzfest, festival que marcou gerações de fãs do rock pesado.
Nos últimos anos, já com a saúde fragilizada, afastou-se das grandes turnês, mas continuou se apresentando esporadicamente. Sua última passagem pelo Brasil foi em 2018, durante a turnê “No More Tours 2”. Na ocasião, declarou que queria desacelerar para aproveitar mais a vida em família: “Quero ver meus netos crescerem. Não vi meus filhos crescendo.”
Ozzy deixa sua esposa, Sharon, e cinco filhos — Aimee, Kelly e Jack, do segundo casamento, além de Jessica e Louis, do primeiro matrimônio com Thelma Riley —, além de netos e milhões de fãs ao redor do mundo. A voz que gritou contra o sistema, que personificou o caos no palco e que eternizou o heavy metal agora silencia — mas seu legado viverá para sempre no volume máximo.
Foto: Instagram / Ozzy Osbourne
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