O mês de maio retornou à tendência do primeiro trimestre do ano de deterioração do mercado de trabalho. Após uma alta significativa no emprego com carteira assinada de Araraquara em abril, o mês de maio fecha com um resultado negativo de 352 postos de trabalho fechados. De acordo com dados do CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), o único setor que obteve crescimento foi o setor de Serviços, com abertura de 236 postos. Porém, todos os outros setores observaram quedas e puxaram o resultado do mês para baixo. Apesar das melhoras nas expectativas em relação à economia, tanto por parte de consumidores quanto empresários, o setor formal continua enxugando seu número de funcionários.
O setor que liderou as demissões em Araraquara foi a Indústria, com perda de 240 postos de trabalho. O setor sofreu contrações nesse ano e terminou maio 1,48% menor do que janeiro. Todos os setores apresentaram quedas se comparados ao início do ano, exceto o setor de serviços que vem mantendo um crescimento moderado. Em maio, o setor registrou crescimento de 2,47% no emprego formal em relação à Janeiro.
Segundo Délis Magalhães, economista do Núcleo de Economia do Sincomércio , o setor industrial é peça fundamental para a recuperação econômica do país. “A crise atual atingiu com força a indústria de transformação, que já passava por fase de compressão das margens de lucro e crescimento fraco. Porém, esse setor é essencial para estimular os demais setores da economia, gerando um encadeamento produtivo mais expressivo e impulsionando a produtividade. Os esforços governamentais devem ter um olhar especial para esse setor, que, apesar de um saldo continuamente negativo, vem se tornando menos negativo nesses primeiros meses do ano”, afirma a economista.
Apesar da melhora das expectativas gerais da economia em junho, o consumo das famílias continua em ritmo de queda e aprofunda a dificuldade de alguns setores retomarem crescimento. “Setores como serviços e comércio, que estão diretamente em contato com o consumidor, acabam sofrendo mais. Porém os outros setores que integram a cadeia produtiva também vão recolhendo os prejuízos. A melhora no comércio exterior, mesmo que inicialmente baixa, tem sustentado os efeitos mais positivos na economia. Portando, o problema central continua sendo a baixa demanda interna, que reduz a utilização da capacidade industrial e acaba freando a melhora nas expectativas dos investidores. No curto prazo, o cenário econômico brasileiro continua bastante danificado e com lentas chances de recuperação”, completa a economista.

