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Jornalista Luís Cosme Pinto lança livro em Araraquara

"Birinaites catiripapos e borogodó" reúne 28 crõnicas originadas nas vivências de décadas do autor como jornalista

A cidade e seus personagens, vivos ou estáticos, sempre inspiram histórias. Para captá-las, precisa ter um olhar atento e um tanto de sensibilidade. Luís Cosme Pinto recorre a vivências de décadas de sua experiência de jornalista para apresentar, em 28 crônicas, lugares e pessoas conhecidas suas em Birinaites catiripapos e borogodó, seu segundo livro.

A obra tem apresentação de Álvaro Costa e Silva, Caco Barcellos – que o define como “andarilho da escrita” – e Rita Lisauskas. Sai pela Kotter Editorial.

O lançamento em Araraquara será em 30 de novembro, na livraria Empório Cultural, no Shopping Jaraguá, e é mais um encontro com os leitores e leitoras do interior paulista. A obra já participou de feiras literárias em diversas cidades e em setembro foi lançada em Bauru. 

As crônicas do Cosme atraíram leitores também na Bienal carioca e agora em outubro foram mais longe, chegaram à Lisboa. Semanalmente, o autor publica crônicas inéditas no Estadão.com, como convidado do blog do Fausto Macedo e na Revista Fórum.

“O trabalho de repórter ajuda muito a criar minhas crônicas. A mim não interessava saber só o que aconteceu. Há muitos fatores num acontecimento. Deixo-me levar pela curiosidade. Procuro sempre entrevistar pessoas por onde ando. Muitas vezes, vou usar seus depoimentos. Procuro suavizar, tornar importante o que é invisível, humanizar os fatos, que passam a ser minhas histórias”, resume o autor.

A lista de seus inspiradores registra uma temática comum: o mundo urbano. Estão lá a vida de uma cobradora de ônibus, o sufoco dos ambulantes nos trens e dos trabalhadores de aplicativo, um morador de rua, varredores de calçada, petiscos de padaria, casarões históricos, passageiros de transporte público, noitada de aniversário e conversas de botequim, entre outros assuntos.

Do mundo profissional, há crônicas em homenagem a companheiros já falecidos, como PHA – Paulo Henrique Amorim. Em outra, reforça a recuperação moral de um amigo jornalista injustiçado.

Fernando Sabino, Elsie Lessa, Rubem Braga, Antônio Maria, Fabrício Corsaletti são cronistas de sua preferência. Admira também João Saldanha e Nélson Rodrigues.

O autor

Luis Cosme de Miranda Pinto, carioca do bairro de Vila Isabel, nasceu em 1961. Para agradar ao pai e ainda sem ideia da profissão que queria seguir foi estudar Engenharia Civil.

Largou Engenharia e foi pro Jornalismo. Formou-se no Rio de Janeiro, trabalhou em algumas rádios com transmissão de corridas de cavalo, mas foi em São Paulo que conheceu o jornalismo profissional. Passou pela TV Globo de Bauru, depois, na capital, pelas tevês Manchete, SBT e Cultura. Foi repórter e apresentador de telejornais. 

Em 1998, estava na Rede Globo, como editor do Jornal Nacional.

De 2006 a 2016, trabalhou na TV Record, de onde saiu, voltou para a Globo, foi para o SBT e encerrou a carreira numa última passagem pela Globo – lá, como roteirista do programa Mais Você, da Ana Maria Braga.

Saiu com quase 60 anos porque desejava viver da Literatura. Estava no último período de uma pós-graduação em Literatura de Não-Ficção, no Instituto Vera Cruz, em São Paulo. O conteúdo do seu TCC compõe o livro Birinaites Catiripapos e Borogodó.

Entre outros trabalhos jornalísticos, destacam-se Prêmio Embratel, na TV Globo; três vezes o Prêmio Vladimir Herzog (como editor, 2006, 2007 e 2008), na TV Record), diversos documentários, igualmente premiados, e cobertura da Copa do Mundo de 1990.

Seu primeiro livro é Ponte Aérea, lançado em 2010. Planeja para 2024 o terceiro. Ambos, como o atual, são de crônicas.

As 28 crônicas do novo livro:

1 – O Chopp acabou. As emoções de um lançamento de livro que quase fracassou. Humor e boemia

2 – As Geladeiras de Gilberto. A cada casamento uma geladeira.

3 – Badaladas. A enfermeira que sonha ser dona de um botequim.

4 – Madrinhas. Duas jovens amigas brincam de cupido.

5 – Lanterninha. Jovem garçonete vira lanterninha de cinema.

6 – Nando, Jessé, Ely e cia. Histórias de fãs que viram grandes estrelas.

7 – Passarela. Passeio pela Vila Buarque.

8- Piauí, logo ali. Uma rua paulistana onde uma velha cadeia vai virar arranha céu.

9 – Faxina. Cotidiano de quem ganha a vida com a vassoura na mão

10 – Herança. Um relógio da zona norte carioca, hoje aposentado num apartamento ao lado do Minhocão.

11 – Cama de Pedra. Uma cama gelada no frio e quase incandescente no verão.

12 – Desassossego de um Poste. Repórter iniciante quer levar poste para a primeira página.

13 – Olha o Rapa. Olhar sobre os ambulantes de trens e suas vendas.

14 – Um passinho à frente por favor. Foco na consequência da demissão dos cobradores.

15 – O Laranjão da Madrugada. O jeito carioca de puxar assunto nos ônibus da cidade.

16 – Boa noite e boa sorte. O obituário do jornalista Paulo Henrique Amorim.

17 – Bem Amado. O dono da risada mais escandalosa era um homem amargurado.

18 – O sorriso do Diniz. Festeiro, Diniz um dia sentiu falta de ar. Era Covid.

19 – João Paulada. Homem de pouco estudo e muita inteligência. Foi um dos profissionais mais queridos e respeitados da televisão brasileira.

20 – Cavalo e Foca. Estagiário às voltas com o mundo do turfe e o cavalo voador.

21 – Caçadores. Casal urbano, cheio de certezas e teorias, vai morar no meio do mato.

22 – Dona Liberdade. Netos no banheiro da vovó.

23 – Portão vermelho. Aventura de duas irmãs bem idosas que viajam por São Paulo.

24 – Um abraço no Chefão. Homenagem ao pai, explorando passos da relação dos dois.

25 – Birinaites, Catiripapos e Borogodó. O jeito único do pai se comunicar. Usava palavras antigas e difíceis pra não facilitar.

26 – Assim Nascia uma Cordilheira. Brincadeiras, jogos e adivinhações da mãe para acalmar filhos travessos e segurar o casamento.

27 – Que dia é hoje? O Alzheimer levou a memória da mulher mais importante da minha vida e dos meus irmãos.

28 – Guerreiro Russo. O estrogonofe sumiu dos restaurantes e dos almoços caseiros, que tristeza.

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