InícioNotíciasJovem é agredido após marcar cirurgia de adequação de sexo

Jovem é agredido após marcar cirurgia de adequação de sexo

Ele não encontra mais forças para lutar por sua aceitação familiar e para poder seguir uma vida normal com seu companheiro

Um jovem foi agredido por sua mãe, na Rua Padre Manoel da Nobrega, no Parque Alvorada em Araraquara, depois de comunicar sua genitora, sobre sua decisão de passar por uma cirurgia de adequação de sexo que conseguiu após uma ação judicial.

O jovem, que nasceu mulher e desde pequeno entendia sua condição masculina, conseguiu na justiça a regularização de seu nome e a tão sonhada cirurgia. Ele chegou a morar na rua, depois de ser expulso de casa por seus pais, é casado com um homem que aceita sua condição sexual e se declara homossexual.

O casal mora hoje em uma edícula nos fundos da residência da agressora, mas espera por mais de 7 anos, uma casa popular em um programa social ao qual está registrado, para se livrar das agressões e poder seguir com a sua vida, disse a vítima ao Portal Morada.

O caso foi levado ao conhecimento da Polícia Civil, onde foi registrado um boletim de ocorrência de lesão corporal e importunação sexual.

A vítima informou ainda que não encontra mais forças para lutar pela aceitação de sua família e, para poder seguir uma vida normal com seu companheiro.

Para a Josineia S. Andrade, psicóloga clínica e especialista em psicologia da sexualidade, o que o ocorreu hoje, é o que ocorre diariamente, o que assistimos frequentemente na televisão, ouvimos no rádio e vemos nas mídias sociais, e muitas vezes acontecem perto da nossa casa ou com um conhecido, é uma tradução da barbárie.

Em nenhum outro momento da história fomos tão amparados legalmente e amparados por dispositivos de proteção social, porém, quando a evolução ocorre somente no papel e não desenvolvemos o conceito de cidadania, continuamos a ver a disseminação da intolerância.

E quando a agressão é intrafamiliar, quando ocorre entre "os nossos", no lugar que supostamente seria de "proteção", a violência é duplamente vivenciada pela vítima.

Escolhas, desejos, motivações pessoais não podem romper o pacto social. Não é aceitável qualquer tipo de violência. A violência evidencia danos negativos e psicológicos.

Toda violência física ou psicológica de qualquer natureza pode evidenciar danos negativos e psicológicos.

 

Sair da versão mobile