Início Entretenimento Marly: A mãe que Deus carrega no colo

Marly: A mãe que Deus carrega no colo

Infância humilde e em família. Foi assim que a menina de olhos claros Marly cresceu, tendo casa, pais e irmãos. 

A maioridade trouxe a ela um casamento, já grávida de 8 meses. O bebê nasceu com uma doença chamada hemangioma.
Diante das dificuldades e idas e vindas ao médico, o marido de Marly desistiu. O casamento acabou.

A jovem mãe foi acolhida pela família, o que a deixou feliz novamente. A felicidade não era completa: o hemangioma estava prejudicando seu filho.
Um dia, Marly bateu o pé e pediu a Deus: "Não dou mais um passo. Senhor, cura meu filho ou recolha ele desse sofrimento. O Senhor sabe o quanto amo ele". Logo, o menino sarou e ficou bem.

Marly teve dois filhos. Trabalhava, tinha salário, estava sempre ao lado da família, porém, em 2014, sua vida teve uma reviravolta: seu irmão morreu em uma pescaria, meses depois o pai também se foi, vitimado por um infarto. A irmã mais nova teve H1n1 e também morreu. 
O coração de Marly estava dilacerado. Ela sentia como se pedaços dela tivessem sido arrancados com tantas perdas em pouco tempo. "Tenho um fio de vida para ajudar minha mãe", pensou.
Um dia, a mãe de Marly foi para o centro da cidade e nunca mais voltou. A pé, passou pela faixa de pedestres e foi atropelada por uma moto, que estava em alta velocidade.

Marly não existia mais. Todos os pedaços dela haviam sido arrancados. Não comia, não dormia, o pai das crianças já estava perdido nas drogas. Ela tinha que se esforçar pelos filhos, de 5 e 6 anos.
Logo, ela foi diagnosticada com leucemia. Fraca, não conseguia trabalhar. Não conseguiu auxílio doença e nem aposentadoria. Como cuidaria das crianças se mal ficava em pé? Era preciso suportar tudo e fazer o tratamento. 

O sofrimento não cessou. Um problema no coração foi detectado pelos médicos, e Marly decidiu não fazer a cirurgia por não ter onde deixar as crianças. Recomendou aos pequenos que, se ela morresse, deveriam ir ao orfanato. Lá, seriam acolhidos por não terem mais ninguém.
Ela não morreu. Sem poder trabalhar, chorando em orações, viu a oportunidade na coleta de reciclagem. Dali sairia o sustento para a família.

Nos dias que conseguia sair para a coleta de recicláveis, Marly era carregada no colo por Deus. Mesmo doente, foi a luta: manteve os filhos na escola e não deixou nada faltar a eles.
 
Os anos passaram, as crianças cresceram, ela continuou trabalhando e mantendo-se firme pelo amor aos filhos, que hoje tem 13 e 14 anos.

Ainda doente e sem conseguir a aposentadoria, a mãe guerreira Marly tem certeza de que Deus é maior que seus problemas e que Ele a carrega em seus braços. 

De segunda a sexta, uma história por dia na programação da Rádio Cultura durante o mês das mães. Saiba mais sobre a história da Marly no nosso programete especial: https://bit.ly/3vXz2wc

Adriana

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