Cerca de 50% dos ônibus da Viação Paraty, que operam linhas do transporte coletivo de Araraquara, deixaram de circularam na manhã desta sexta-feira (3) devido a uma paralisação de motoristas da empresa.
Um grupo de motoristas se concentrou na garagem como forma de protesto. Segundo a empresa, do total de 70 ônibus que operam no horário, cerca de 35 deixaram de circular, o que afetou inúmeras linhas e milhares de pessoas.
Segundo Gustavo Herszkowicz, a paralisação é ilegal porque não há atrasos nos salários ou no pagamento de benefícios. “Estamos em período de negociação salarial e a empresa teria todo o mês de maio para chegar a um acordo. Não se pode ter greve sem aviso”, declarou.
Os motoristas afirmam que o movimento é um protesto contra demissões feitas pela empresa. Representantes dos motoristas, especialmente líderes do movimento, receberam na noite de quinta-feira (2) e madrugada de sexta(3) a comunicação do desligamento.
A empresa alega que a decisão de demiti-los foi tomada pela intransigência nas negociações. “Eles estavam tumultuando todo o processo de negociação, inclusive ameaçando colegas e a direção da empresa”, confirmou. A reportagem apurou que foram aproximadamente 15 demissões efetuadas pela empresa.
A comissão afirma que os motoristas foram demitidos sem motivo. Rael Aparecido da Silva, um dos líderes dessa comissão, acredita que as demissões foram retaliação da empresa, como ocorrido em abril, nas primeiras assembleias dos funcionários. O grupo exige a lista dos funcionários desligados da empresa e de quem mais será demitido ao longo desta sexta-feira.
A Polícia Militar foi acionada para evitar que ocorram tumultos.
Atualização ás 8h10
Vários ônibus escolares circularam e motoristas retornam às garagens. Os funcionários demitidos estão indo ao Ministério do Trabalho. Cerca de 70 motoristas continuam em mobilização em frente a garagem da Viação Paraty.
Rael, da comissão dos motoristas, afirma que em nenhum momento alguém da comissão ameaçou algum funcionário e não tem conhecimento de onde partiu a ameaça de que ônibus seriam depredados. Cerca de 30 a 40% da frota continua parada.
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