O Ministério Público do estado de São Paulo lançou uma campanha em defesa do político ético. Com o lema “Político que faz favor, nega direitos”, o MP mira na troca de favores entre políticos e eleitores.
A peça usa como exemplo uma situação em que, ao precisar de um serviço de saúde, uma família recorre a um vereador ao invés de aguardar o protocolo padrão de atendimento. Dessa forma, uma vez assegurado o atendimento por meio de favores, as prioridades deixam de ser respeitadas e outro paciente perde o lugar na fila.
Outra situação apontada como crítica pelo Ministério Púbico é o pagamento de promessas de campanha por meio de nomeações e contratações para o serviço público. De Américo Brasiliense, por exemplo, o Portal Morada denunciou o caso de um vereador que indicou ao prefeito que melhorasse função e salário de um servidor público. Vinte dias depois, o pedido foi aceito pelo prefeito Dirceu Pano e o funcionário, filiado ao mesmo partido do vereador, recebeu a promoção (leia mais).
Para que a campanha alcance resultados, o Ministério Público pede que casos como esse citado pela reportagem sejam denunciados. Em Araraquara, o e-mail ouvidoria@mpsp.mp.br foi colocado à disposição para receber as denúncias. Outras informações podem ser obtidas pelo endereço eletrônico do órgão (www.mpsp.mp.br).
Uma cartilha foi elaborado pelo Ministério Público com situações que afrontam a lei e a boa prática da cidadania. Veja:
Político ético:
- Não faz favor a eleitores individuais, trabalha por toda a comunidade.
- Sabe que acesso à saúde e educação são DIREITOS do cidadão e não usa isso como moeda de troca para se eleger.
- Não paga favores com cargos e contratações.
- Fiscaliza o gasto do dinheiro público para melhorar os serviços prestados ao cidadão.
- Respeita critérios objetivos e faz com que quem mais precisa seja atendido com prioridade.
Situações de mau exemplo de políticos:
- Trata o eleitor como um devedor de favores.
- Paga promessas de campanha com cargos e contratações.
- Resolve casos individuais, sem se importar em resolver a origem do
problema.
- Desconsidera critérios objetivos (primeiro os que mais precisam).
- Não sabe e não se interessa em saber como o dinheiro público está sendo gasto.
O bom eleitor:
- É inteligente. Não aceita favores. Exige seus direitos e sabe aguardar a sua vez.
- Sabe que o político que “fura a fila” para beneficiá-lo hoje, poderá passá-lo para trás amanhã.
- Avalia as atitudes do candidato antes de acreditar no seu discurso.
- Fiscaliza e cobra os agentes públicos para que empreguem bem o seu dinheiro.
- É capaz de identificar erros no seu candidato e acertos no candidato contrário ao seu.
O mau eleitor:
- É burro. Não percebe que os favores que recebe são direitos.
- Não percebe que o político que “fura a fila” para beneficiá-lo hoje, irá passá-lo para trás amanhã.
- Acredita em promessas de candidatos que se comportam de modo contrário ao que pregam.
- Acha que sua participação na política é só votar. Não se preocupa em saber como os agentes públicos estão gastando o seu dinheiro.
- É incapaz de identificar erros no seu candidato e acertos no candidato contrário ao seu.